Política

Em tempo recorde, JHC forma maioria na Câmara Municipal

Até a tarde desta quarta-feira (2), grupo de parlamentares somava 16 e já havia escolhido Galba Netto para presidir a Casa de Mário Guimarães

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 03/12/2020 07h57
Em tempo recorde, JHC forma maioria na Câmara Municipal
Reprodução - Foto: Assessoria
Nem bem os adesivos de campanha foram retirados dos carros de apoiadores, o prefeito-eleito JHC (PSB) conseguiu forma maioria da Câmara Municipal de Maceió (CMM). Ao fim do primeiro turno, quando ocorre a eleição dos vereadores, a coligação do próximo chefe do Poder Executivo da capital alagoana elegeu apenas três parlamentares das 25 vagas no parlamento-mirim, mas já nesta quarta-feira (2), a bancada já somava 16 vereadores. Segundo o vereador Francisco Sales, que também preside o PSB de Maceió, as tratativas ainda não encerraram e mais parlamentares devem aderir à base. Até o fechamento desta edição, somente os eleitos do PRTB, PRTB, PSD, Podemos e PT ainda não faziam parte do bloco. “Estamos conversando com todos, seja com o parlamentar de forma direta, seja com o partido. Agora é momento de desmontar os palanques e pensar em Maceió, que está com muitos problemas. Precisamos ter o bom senso de cuidar da cidade. Sinto um comprometimento grande de todos os vereadores que chegam à Casa, com um sentimento grande de contribuir”, diz Francisco Sales, que ressalta que a base de apoio pode aumentar. O bloco já definiu, inclusive, quem será o próximo presidente da Casa, já que possui maioria para elegê-lo. O nome do grupo é o vereador Galba Netto (MDB) que, mesmo sendo do partido do adversário de JHC na eleição, o ex-procurador-geral de Justiça Alfredo Gaspar, é oposição ao prefeito Rui Palmeira (sem partido), cujo mandato encerra no próximo dia 31. Além de Galba Netto como presidente da CMM, ficou definido que Marcelo Palmeira (PSC), Samyr Malta (PTC) e Siderlane Mendonça (PSB), serão os próximos 1º, 2º e 3º secretários da Mesa Diretora da Casa de Mário Guimarães. Até o fechamento desta edição, as duas vice-presidências e as suplências não haviam sido definidas. Samyr Malta é o atual líder de Rui Palmeira no parlamento e Marcelo Palmeira é o atual vice-prefeito de Maceió. LIDERANÇA Francisco Sales, pode vir a assumir a liderança da base aliada na Câmara Municipal, mas, ao ser abordado sobre o assunto, desconversa. “Acho que estou cuidando da vida de todo mundo”, brinca. “Neste momento, estou focado em ajudar na articulação política durante a transição”, completa o vereador e presidente do PSB maceioense. SEM RETORNO A reportagem procurou o vereador Galba Netto para confirmar sua indicação como o nome da base de apoio para presidir a CMM, mas até o fechamento desta edição não houve resposta. Realinhamento de parlamentares é natural, diz cientista política   Passada a eleição, qualquer que seja, é comum a movimentação dos partidos e parlamentares em torno do eleito para o Poder Executivo correspondente. Esse tipo de movimento se dá, também, por parte do novo prefeito, governador ou presidente da República para a formação de sua base de apoio. “Montar uma base de apoio parlamentar é fundamental para qualquer governo. Isso já era esperado que ocorresse, independente do vencedor da eleição, teríamos uma movimentação na Câmara Municipal em torno do eleito. Isso faz muito sentido na formação dos governos como um todo”, explica a cientista política Luciana Santana. Em relação ao tempo recorde para a organização de maioria da Casa de Mário Guimarães, ela destaca que o fato de o calendário eleitoral ter sido alterado por causa da pandemia de covid-19, encurtou o tempo para as articulações. “É claro que foi rápido, até porque o tempo agora é, com a mudança do calendário eleitoral, se tornou menor. As negociações, a transição, a aproximação desses partidos na Câmara acabam tendo outro tempo”, comenta Luciana Santana. A cientista política ressalta a importância desse tipo de movimentação após as eleições e ressalta que elas ainda devem ocorrer depois da posse dos eleitos. “É importante haver essa movimentação para que o prefeito eleito possa, efetivamente, implementar o que deseja enquanto agenda de governo. Mas é claro que não é algo que ocorra tão rapidamente porque depende de outras variáveis, como recursos e ‘arrumação da casa’. Essas movimentações ocorrem, geralmente, entre a eleição e a posse. Mas também após a posse, especialmente quando se tiver a composição toda do governo, das secretarias”, explica Luciana Santana.