Política

Urnas reafirmam MDB e PP como principais partidos de Alagoas

Legendas foram as que mais elegeram prefeitos e se apresentam como força nas próximas disputas

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 18/11/2020 07h36
Urnas reafirmam MDB e PP como principais partidos de Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
O resultado das eleições municipais deste ano reafirma MDB e PP como os partidos que disputam palmo a palmo a hegemonia política em Alagoas. As legendas foram as que mais elegeram prefeitos, fora os aliados, filiados a outras siglas. O partido do governador Renan Filho e do senador Renan Calheiros elegeu 38 prefeitos, contando com Arapiraca; a legenda liderada por Arthur Lira, 28. “Essa eleição sinaliza duas forças se sobressaindo em Alagoas: PP e MDB. O MDB tem, numa análise longitudinal, comportamento de crescimento nos últimos anos, especialmente com a eleição do Renan Filho. Se tem um contingente maior de prefeituras ligadas ao partido. De qualquer forma, sempre foi um partido com uma densidade eleitoral grande no interior do estado. Talvez a surpresa seja o crescimento em Maceió. O PP é um partido que cresce e cresceu muito nesta eleição”, analisa a cientista política Luciana Santana. Ela ainda ressalta que PP e MDB podem ser os partidos que polarizarão as disputas eleitorais em Alagoas daqui por diante. A cientista política ainda ressalta a situação do atual vice-governador Luciano Barbosa, recém-eleito prefeito de Arapiraca, cuja filiação ao MDB e a convenção que o indicou candidato são alvos de ações judiciais. “Se olharmos os dois partidos, vislumbrando cenários futuros, podem ser os polarizadores disputas, caso indiquem cada um candidaturas próprias. É claro que isso também depende muito do resultado em Maceió, mais no MDB, já que temos o problema em Arapiraca como o Luciano sendo expulso do partido”, comenta. “O PP e o grupo do Arthur Lira pode ter uma candidatura forte ao governo e vir fortalecido ao Senado. No MDB, é natural que tenha uma candidatura à sucessão, mas ainda não está claro como isso se dará. Não está certo se o Renan Filho sairá para o Senado, uma vez que quem assume em seu lugar seria o Marcelo Victor que, no caso, poderia se candidatar à reeleição ao governo. Isso já é outra dinâmica”, completa. Luciana Santana ainda compara a situação atual do MDB com a do PSDB em 2014, ao final do segundo mandato de Teotonio Vilela Filho como governador de Alagoas. “Um risco é o MDB não ter candidato à altura e se repetir o que ocorreu com o Teotonio Vilela Filho em 2014, em que apresentou candidatura não competitiva e acabou não participando da sucessão do Governo do Estado. Há o mesmo risco de isso ocorrer, caso não haja uma reorganização em torno do MDB”, diz a cientista política. O terceiro partido a eleger mais prefeitos foi o PTB, liderado em Alagoas pelo deputado estadual Antonio Albuquerque, com 12 no total. Desempenho das legendas é celebrado por Renan e Arthur Lira   Tanto o senador Renan Calheiros quanto o deputado federal Arthur Lira comemoraram o resultado das urnas em Alagoas. Em suas redes sociais, ambos ressaltaram o desempenho de suas legendas. “O MDB se mantém como a maior força política de Alagoas e do Brasil. No estado, elegemos maior número de prefeitos, vereadores e, através das alianças, administraremos mais de 80% das cidades alagoanas”, destacou o senador Renan Calheiros. Já Arthur Lira ressaltou, em vídeo, o apoio que deu a “mais de 40 prefeitos aliados e amigos”. Neste número, por óbvio, o parlamentar contabiliza seus aliados de outras legendas. Na legenda de sua postagem, o líder do PP escreveu que “Alagoas vai começar 2021 com força total! Temos mais de 40 prefeitos parceiros e vereadores, que foram escolhidos pelo povo alagoano e que vão contar com meu apoio em Brasília”. COMPARATIVO No comparativo com 2016, o MDB apresentou estabilidade. Há quatro anos, o partido elegeu 37 prefeitos. Já o PP, saltou de 11 para 28. O PTB, de um para 12. A surpresa negativa foi a queda do PSD, de oito prefeituras em 2016 para quatro neste ano. O PT também reduziu à metade, passando de duas para uma prefeitura. Contudo, a maior queda foi a do PSDB que elegeu 18 prefeitos em 2016 e nas eleições deste ano conseguiu apenas dois. O PSC conseguiu eleger três prefeitos este ano, contra nenhum em 2016; já o DEM manteve duas prefeituras, assim como o PL que em 2016 se era PR. Cidadania, ex-PPS, e Podemos saíram de zero para uma prefeitura este ano. Já o PSB caiu de seis para dois prefeitos.