Política

Fantástico é criticado nas redes por culpar Dilma e isentar Temer e Guedes sobre crise

Reportagem do programa global ignora a completamente a responsabilidade de quem é o ministro da Economia há 2 anos, e de medidas do governo Temer como a reforma trabalhista e a PEC do Teto de Gastos

Por Victor Farinelli com Revista Fórum 09/11/2020 08h01
Fantástico é criticado nas redes por culpar Dilma e isentar Temer e Guedes sobre crise
Reprodução - Foto: Assessoria
Uma reportagem sobre a atual crise econômica vivida pelo Brasil, exibida neste domingo (8) pelo Fantástico, tem causado grande repercussão nas redes sociais devido ao que parece ser uma imposição de narrativa. Na matéria, o programa defende a ideia de que a situação econômica atual do país é responsabilidade do governo de Dilma Rousseff, encerrado em maio de 2016. Além disso, a reportagem não atribui nenhum tipo de responsabilidade a Paulo Guedes, ministro da Economia há quase 2 anos. Os internautas também perceberam outras omissões, especialmente de políticas implementadas pelo governo de Michel Temer e mantidas por Jair Bolsonaro, como a reforma trabalhista e o teto de gastos. Sobre o atual presidente, o programa atribuiu a ele responsabilidades pessoais, sobre os erros de suas posições com respeito à geopolítica internacional ou à sua postura diante da pandemia, mas evitou qualquer tipo de crítica à sua política econômica – tanto que seu principal ministro da área foi ignorado completamente. A deputada Érika Kokay (PT-DF) também reclamou que mesmo a possível justificativa da emissora de buscar um contexto histórico da crise em sua matéria se mostrou ideologizada: “não a contextualiza politicamente nem diz onde se originou: no momento em que Aécio e as elites não aceitaram a derrota de 2014 e passaram a sabotar o Brasil”. A matéria também foi criticada por “dizer que a desigualdade social diminuiu drasticamente durante a primeira década dos Anos 2000 e voltou e não deixa claro o porquê disso e nem quem estava no governo nessa época” – durante aqueles anos, especialmente no período em que a desigualdade diminuiu, o presidente era Luiz Inácio Lula da Silva. Veja alguns tuítes sobre a reportagem:

O Fantástico faz uma reportagem que atenta contra nossa inteligência sobre pobreza e desigualdade. Fala da “crise”, mas não a contextualiza politicamente nem diz onde se originou: no momento em que Aécio e as elites não aceitaram a derrota de 2014 e passaram a sabotar o Brasil.

— Erika Kokay (@erikakokay) November 9, 2020

O #Fantastico dizendo que a desigualdade social diminuiu drasticamente durante a primeira década dos anos 2000 e voltou a crescer em 2016 e não deixa claro o porque disso e quem estava no governo nessa época. A desonestidade jornalística dessa gente é surreal.

— Lucas Mendes (@lumendes50) November 9, 2020

Fantástico botando a crise de 2015 na conta da Dilma. Menciona ascensão da Classe C e queda dos índices de pobreza nos anos 2000 como obras sem autoria, caídas do céu. Na hora de propor saídas, ouve Armínio Fraga. É projeto, é agenda, é propaganda.

— Matheus Toledo (@matheustoledo_) November 9, 2020

A lá o Fantástico culpando exclusivamente a Dilma pela falência do Brasil nos últimos anos. Não cita Temer Não cita o desastre Guedes Não cita a PEC dos Gastos Não cita a reforma trabalhista Não cita a Lavajato falindo empresas O controle da narrativa é esse. Filhos da puta

— O Pato American Communist (@CorporacaoPato) November 9, 2020

Rolando uma puta matéria com a talentosíssima Sonia Bridi sobre desigualdade e bolsa família no Fantástico. Rendendo-se ao Bolsa Família e confirmando, c/ a nobel, que n é um programa q estimula a preguiça. Altos elogios. Só esqueceu de dizer que foi @LulaOficial quem implementou

— Lívia Cirnica (@cirnecomR) November 9, 2020