Política

Rua é aposta da reta final no 1º turno

Candidatos a prefeito em Maceió garantem intensificar contatos mais próximos à população como caminhadas e corpo a corpo

Por Texto: Carlos Amaral com Tribuna Independente 07/11/2020 12h17
Rua é aposta da reta final no 1º turno
Reprodução - Foto: Assessoria
O processo eleitoral entra na reta final e os candidatos à Prefeitura de Maceió dizem que apostarão em atos de rua para garantir o máximo de votos possíveis nesta última semana de campanha, especialmente aqueles com menos tempo de rádio e tevê. Pelo calendário eleitoral deste ano, o último dia de propaganda eleitoral é quinta-feira, 12 de novembro, assim como reuniões públicas de campanha. A votação ocorre no dia 15. Dos que responderam, apenas Alfredo Gaspar (MDB) disse que intensificará a gravação de guias eleitorais e conteúdo para as redes sociais, mas que continuará “dialogando com a população nas visitas aos diversos bairros da cidade, em conversas com grupos, associações e entidades de classe”. Já Cícero Almeida (DC) aponta como foco principal a rua. “É o corpo-a-corpo, o carro de som, eu mesmo sou o locutor e vamos tentando convencer a população a não vender seu voto, fazendo ver nossa história. Vamos investir o máximo que a gente puder nas redes sociais”. Ricardo Barbosa (PT) também aponta as atividades de rua como prioridade nessa reta final de campanha. “Lógico que o guia eleitoral tem sido nosso aliado e temos conseguido otimizar bem o horário dele e nos diferenciar das três candidaturas da situação, da direita. Vamos, agora, investir muito em volume. Por exemplo, vamos basear nossa campanha agora em muitas caminhadas e carreatas. Nossa prioridade agora e o corpo a corpo onde der”, diz o candidato do PT. Para Valéria Correia (PSOL), o pouco tempo de tevê do partido, somado a recursos limitados para fazer campanha, a fazem priorizar os atos de rua para esta semana final de campanha eleitoral. Ela também ressalta a campanha virtual em prol de sua candidatura. “Vamos intensificar a campanha de rua, com carreatas, caminhadas e ampliação do diálogo durante as panfletagens. Além disso, a ‘militância virtual’, nas redes sociais, vai continuar em ascensão, fomentando o debate público com a população no ambiente digital, onde temos a liberdade de apresentar propostas, ações e, também, a oportunidade de ouvir a contribuição popular. Quanto ao guia eleitoral, ele continuará sendo atualizado”, relata a candidata. Já Lenilda Luna (UP) adianta que apostará em “visitas às comunidades, mas tomando todas as precauções que tivemos durante toda a campanha, para evitar aglomerações”, ressalta. “Também vamos usar bastante as redes sociais, já que as regras injustas nos impedem de participar do guia eleitoral”, completa. Cícero Filho (PCdoB) também aponta as atividades de rua como aposta para a reta final de campanha. “Vamos continuar dialogando com a população, defendendo nossas propostas e uma mudança de verdade para Maceió. Teremos uma grande carreata no sábado [7] e intensificaremos nossa agenda de rua nessa última semana, além da nossa presença já marcante nas redes sociais ao longo de todo processo eleitoral”, relata o candidato do PCdoB. Josan Leite (Patriota) ressalta que o pouco de tempo de guia eleitoral impede maior investimento nessa ferramenta. “Como o tempo no guia eleitoral é muito curto não dá para investir ali. Para esses últimos dias da campanha focaremos nas visitas a bairros, instituições, comércios etc. e nas redes sociais”, diz o candidato do Patriota. Confronto de “máquinas” tem marcado o período de campanha Para o cientista político Ranulfo Paranhos, o primeiro turno da eleição à Prefeitura de Maceió teve como uma de suas características a disputa entre estruturas – ou “máquinas”, no linguajar político. Duas dessas “máquinas” são a Prefeitura de Maceió e o Governo do Estado; a outra é a junção dos parlamentares da Assembleia Legislativa Estadual (ALE). “’Máquinas’ tem efeito sobre conquista de votos, mas isso não é 100% e nem sempre funciona. Tanto para o candidato à reeleição quanto a apoiados”, pondera. “Temos duas máquinas – prefeitura de Maceió e Governo do Estado – dando o mesmo apoio ao Alfredo Gaspar. Já o Davi Davino Filho tem um número grande de apoiadores, um grupo de elite muito pesado. É quase ‘máquina’ contra ‘máquina’ pelo conjunto de 15 deputados estaduais lhe prestando apoio. E o PP não é mais um partido pequeninho, tem recurso, expressão nacional e tempo de tevê”, completa Ranulfo Paranhos. Em relação ao discurso apresentado pelos considerados – segundo as pesquisas eleitorais – os principais candidatos, o cientista aponta que, até o momento, quem tem mais conseguido dialogar com a população é o nome da ALE. “Do ponto de vista de guia eleitoral, é a campanha mais profissionalizada, com um perfil mais moderno no sentido de falar uma linguagem não cansativa às pessoas”, comenta ao se referir a Davi Davino Filho. Já em relação a Alfredo Gaspar, em sua avaliação, “o discurso de ‘não-político’ não pegou. Isso depende, entre outros fatores, do local da eleição e do momento histórico. Nesse momento, aqui em Maceió, esse discurso não funcionou ou só até ¼ das intenções de voto quando se esperava liderança absoluta. Mas pode ser que funcione no segundo turno”, pondera. “Já o JHC segue na mesma e já faz campanha há algum tempo. Não há grandes novidades”, completa Ranulfo Paranhos. Sobre o candidato Cícero Almeida, ele aponta erro político do ex-prefeito de Maceió. “Algo que chama a atenção é o Cícero Almeida que despenca nas pesquisas. Ele não é o antipolítico, mas o político que não respeita as regras políticas, que não respeita partido – tem 11 migrações partidárias – e agora paga por isso, pois o DC não cumpriu a cláusula de desempenho e não tem tempo de tevê. Escolheu errado. Além de seu histórico partidário o tornar alguém em quem não se pode confiar. Falo do ponto de vista político e não de gestão. E isso também pesa. Está isolado e com pouco ou nenhum apoio”, analisa o cientista político.