Política

Família Davino e os custos ao erário

Clã do candidato a prefeito da capital faz da Câmara de Vereadores um cabide de empregos para abrigar os parentes

31/10/2020 08h19
Família Davino e os custos ao erário
Reprodução - Foto: Assessoria
Candidato a prefeito de Maceió, Davi Filho (Progressistas) é mais um nome que se apresenta como “renovação da política”. Mas, para ostentar esse discurso que prega austeridade com a coisa pública, ele precisa esconder uma realidade nada inovadora: na Câmara Municipal de Maceió, sua família garantiu, ao longo das décadas, um permanente “cabide de emprego”. O pai do candidato, Davi Davino, é vereador há 28 anos. Além de Davi, o pai, firme no mandato na Câmara, a família Davino tem hoje pelo menos mais três integrantes com emprego e salário garantidos. Os dados foram acessados pela reportagem no Portal da Transparência da própria Câmara. No primeiro caso, com o cargo de secretária parlamentar, Gilvânia Davino Alves Silva, prima de Davi Davino Filho, recebe salário de R$ 3.500. Servidores ouvidos pela reportagem dizem que a secretária não costuma aparecer na Câmara. O mesmo ocorre, também segundo servidores que pediram anonimato, com outros dois parentes do candidato Davi Filho. Rosemary Miranda Davino, mãe de Davi, trabalha na Câmara contratada com o cargo de assessora parlamentar. Ela tem vínculo estatutário e salário de R$ 15.974. Rosemary, no entanto, ocupa seu tempo como presidente da Fundação Brasil, uma entidade criada pela família Davino para fortalecer redutos eleitorais em bairros de Maceió. Outro membro da família do candidato a prefeito Davi Filho que tem gordo salário na Câmara Municipal é José Augusto Cabral Davino. Assim como a mãe de Davi, ele também deveria atuar como assessor parlamentar. No entanto, é mais um que não costuma aparecer no local de trabalho. Irmão do vereador Davi Davino e tio do candidato Davi Filho, Augusto Cabral ganha R$ 16.199 por mês. Juntado os rendimentos dos quatro parentes, incluindo o do vereador, o clã Davino recebe, a cada ano, mais de meio milhão de reais dos cofres públicos de Maceió. Apenas com os 12 salários de cada um (de janeiro a dezembro), a conta chega, mais precisamente, a R$ 606 mil. Esse valor, no entanto, não leva em conta décimo-terceiro, férias, gratificações, diárias e outros pagamentos. A Família Davino, portanto, fatura ainda mais via Câmara Municipal. Servidores que denunciam a existência de “funcionários fantasmas” na Câmara reclamam do descontrole na folha de pagamento. O sindicato da categoria cobra do presidente da Casa, vereador Kelmann Vieira (Podemos), medidas para estancar os problemas.