Política

Presidente do TSE fala sobre combate às fake news e como será a votação em 15 de novembro

Luís Roberto Barroso falou também sobre temas como intolerância e empoderamento feminino na política

Por Texto: Bruno Martins com Tribuna Hoje com Assessoria 26/10/2020 17h27
Presidente do TSE fala sobre combate às fake news e como será a votação em 15 de novembro
Reprodução - Foto: Assessoria
Sempre buscando ressaltar temas relevantes, o programa TC News, da TV Cidadã (canal 35.2) do Tribunal de Contas de Alagoas, entrevistou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, que abordou as ações do TSE, bem como o andamento do planejamento para a realização das eleições no próximo 15 de novembro e, caso necessário, com segundo turno em 29 de novembro. Além de destacar a importância da Lei da Ficha Limpa e das relações de gestores com contas rejeitadas pelos Tribunais de Contas e TCU, o presidente falou sobre a operação da Polícia Federal que desbaratou um grupo que estava praticando notícias falsas na internet. Sobre o combate às fake news, o ministro falou que as duas grandes preocupações são realizar as eleições com segurança para a população e combater a desinformação. "Fizemos parcerias com todas as mídias sociais, com WhatsApp, Instagram, Twitter, Facebook, Google e TikTok e todas elas estão desenvolvendo procedimento e ferramentas para derrubar as contas que tenham comportamento inautênticos coordenados. Nós não queremos fazer censura, o que nos estamos fazendo é derrubando os perfis falsos, indo atrás dos disparos ilegais, do uso indevido de robôs e estamos obtendo felizmente grande sucesso neste capítulo das nossas providências", relatou. Outra medida é a checagem de notícias falsas. "Fizemos um acordo com todas empresas de checagem de notícias e diante de uma notícia falsa, sobretudo aquelas que afetam o processo eleitoral nós imediatamente colocamos num grupo que criamos, de WhatsApp, elas imediatamente fazem a checagem e colocamos a informação verdadeira numa página da Justiça Eleitoral chamada Fato ou Boato, a qual todo e qualquer cidadão tem acesso gratuito porque fizemos uma parceria com as empresas de telefonia que não vão deduzir do pacote de dados do eleitor este acesso. E contamos com a imprensa profissional para inundar o país com notícias verdadeiras. Mas nós já melhoramos muito o quadro", afirmoou Barroso. Sobre as eleições em si, o ministro ressaltou a preocupação com os eleitores e mesários. "Nossas preocupações são proteger os mesários, nós temos dois milhões de mesários, que graciosamente atendem a Justiça Eleitoral, e depois proteger os eleitores e dentre os eleitores, os que estão em grupo de risco", pontuou. Para isso, foram adquiridos em chamada pública à iniciativa privada "nove milhões de máscaras pros mesários, dois milhões de frascos individuais de álcool gel, dois milhões de face shields, 500 mil canetas, 1 milhão de litros de álcool gel para o eleitor limpar a mão quando entrar e quando sair da sessão eleitoral, adesivos para marcar o chão com distanciamento físico, tudo da iniciativa privada, essas foram as medidas de segurança para proteger os mesários e os eleitores", declarou Luís Roberto Barroso. O aumento do horário de votação e o período em que idosos tem preferência também foi tema da entrevista. "Para os maiores de 60 anos nós reservamos preferencialmente o horário das sete da manhã às 10 da manhã e estendemos, o normal das eleições é que ela vá de oito da manhã às 17 horas, nós antecipamos o início para sete horas para minimizar o risco de aglomerações. Não aumentamos mais porque se nós passássemos para 18 ou 19 horas em algumas partes do Brasil, a partir de 18 horas já tem dificuldade de transporte coletivo, e em muitos lugares têm infelizmente problema de segurança pública, portanto optamos por antecipar. Tudo que era possível fazer pra proteger as pessoas, mais que isso, só se não houver eleição, mas acho que essa não é uma opção porque esse é um rito vital da democracia", disse o ministro. Luís Roberto Barroso falou também sobre como serão as mudanças para votar durante a pandemia. Eleitores podem levar apenas o celular com o aplicativo do e-Título, caso não tenha o aplicativo leva um documento com foto. "Com o app chamado e-Título, se a pessoa tiver feito a biometria, o título já é baixado no celular com foto. Seja o e-Título ou o documento pessoal, ao chegar na seção eleitoral, ele se dirige à mesa e não há nenhuma troca de objetos entre o eleitor e o mesário. Ele vai exibir seu título ao mesário a um metro de distância, o mesário fala o número, o segundo mesário digita, identificado, o eleitor higieniza a mão com álcool gel e assina o caderno de votação de preferência tendo levado a sua própria caneta, vai para a cabine indevassável, vota e vai embora sem voltar a mesa, onde ele vai higienizar a mão na saída de novo", divulgou. Outros temas discutidos foram o projeto Eleição o Futuro - no qual 31 empresas estão desenvolvendo formatos de eleição digitalizados para que, em um futuro próximo, a votação possa ser realizada pelo aparelho celular; ações de empoderamento feminino para aumentar a participação feminina na política - elas representam apenas 15% do parlamento atualmente; sobre abstenção, o ministro afirmou que acredita nas eleições com a menor abstenção da história, mesmo durante a pandemia; e Barroso ressaltou também que a intolerância precisa ser combatida. Acompanhe a entrevista completa com o presidente Luís Roberto Barroso no canal 35.2 da TV aberta, no Facebook, no YouTube da TV Cidadã ou logo abaixo. https://www.youtube.com/watch?v=OGjQ0N-c3yE