Política

Ex-mulher de Wassef realizou ‘movimentação suspeita’ de R$ 33,9 milhões, diz Coaf

Segundo relatório, valores seriam incompatíveis com renda da empresária

Por Revista Fórum 31/08/2020 07h58
Ex-mulher de Wassef realizou ‘movimentação suspeita’ de R$ 33,9 milhões, diz Coaf
Reprodução - Foto: Assessoria
Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) indica uma movimentação “incompatível” com a renda mensal na conta da ex-mulher e sócia de Frederick Wassef, Maria Cristina Boner Leo. Wassef atuou como advogado do presidente Jair Bolsonaro e de um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro. Ele também ajudou a esconder Fabrício Queiroz, apontado como operador de um esquema de corrupção no gabinete de Flávio, quando ele era deputado estadual no Rio. Maria Cristina tem rendimento mensal de R$ 75 mil, mas movimentou R$ 33,9 milhões em apenas seis meses. A empresária foi alvo de três comunicações feitas pelo Coaf a órgãos de investigação. A última delas reportou uma “movimentação suspeita de R$ 33.900.260,00” em uma de suas contas, realizada entre agosto de 2017 e janeiro de 2018. Desse montante, R$ 16.636.008,00 foram referentes à operação de crédito efetuada em sua conta. Outros R$ 17.264.252,00 foram registrados como débito, ou seja, montante que saiu da mesma conta. “A movimentação foi considerada incompatível com a renda mensal de R$ 75 mil cadastrada à época”, afirma o relatório, revelado pela jornalista Bela Megale, no jornal O Globo. A movimentação não é considerada ilegal. O documento foi enviado pelo Coaf ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro e do Distrito Federal no dia 15 de julho deste ano. O relatório também foi compartilhado com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e a Polícia Federal, que investigam o esquema envolvendo o filho do presidente. Na semana passada, reportagem revelou que Wassef recebeu repasses milionários da filha de Maria Cristina, Bruna Boner Leo. As contas de seu escritório de advocacia também recebeu da empresa Globalweb, que tem Bruna como sócia e Maria Cristina como fundadora e presidente de seu conselho de administração. A empresa tem contratos com o governo federal.