Política

CGU denuncia servidor com cargos públicos em três cidades da Zona da Mata

Paulo Moreira de Albuquerque Filho ocupa cargos em Atalaia, Capela e Cajueiro, o que pode ser apurado como possível prática de crime

Por Redação 28/08/2020 17h06
CGU denuncia servidor com cargos públicos em três cidades da Zona da Mata
Reprodução - Foto: Assessoria
A Controladoria Geral da União publicou nesta sexta-feira (28), relatório onde aponta que o Chefe do Setor Pessoal da Prefeitura Municipal de Capela, Zona da Mata de Alagoas, acumula três cargos públicos em três municípios diferentes. De acordo com o relatório, Paulo Moreira de Albuquerque Filho pratica “acumulação remunerada de cargos públicos” e deve se explicar pelo ato. Na cidade de Atalaia, o servidor ocupa o cargo de vigilante escolar na Secretaria Municipal de Educação. Na cidade de Capela – onde ele é primo do atual prefeito Adelminho Calheiros (MDB) -, seu cargo é comissionado. O outro cargo seria na cidade de Cajueiro, porém a assessoria de imprensa do Município não atendeu as ligações da reportagem para confirmação. Em sua publicação a CGU diz que “em caso de incompatibilidade de horários entre os cargos públicos, sem a devida regularização, deverá o servidor assinar TERMO DE OPÇÃO por um dos cargos, também no prazo de 05 (cinco) dias, oportunidade em que serão adotadas as providências de estilo, com fulcro nos artigos 129 e 144 da LEI MUNICIPAL nº. 774, de 16 de dezembro de 1993 (ESTATUTO DOS SERVIDORES MUNICIPAIS), e ao final a remessa obrigatória do processo ao MINISTÉRIO PÚBLICO para apuração de possível prática do crime”. O portal Tribuna Hoje entrou em contato com Paulo Moreira, mas não obteve resposta até o fechamento dessa matéria. Enquanto servidores concursados da cidade de Capela denunciam perseguição política e cortes nos seus salários, um servidor comissionado recebe três salários de três prefeituras. No final de julho a professora concursada há mais de 20 anos, Micheline Borges usou as redes sociais para desabafar sobre a perseguição política que ela afirma sofrer do atual prefeito da cidade, Adelminho Calheiros (MDB), desde o início do seu mandato. “O Plano de Cargos, Carreiras e Valorização do Profissional da Educação [PCCV] é uma lei municipal que assegura que o trabalhador que estiver desempenhando mandato em sindicato representativo da categoria, deve receber sua remuneração e direitos sem nenhum prejuízo. Porém, acabei de receber meu salário do mês de julho sem 1/6 das férias, o qual todos os professores recebem nesse mês, quando temos 15 dias de férias”, reclamou a educadora. Leia mais sobre o assunto:  Servidora da Educação denuncia perseguição e corte salarial pelo prefeito de Capela Sindprev-AL denuncia corte nos salários de servidores da Saúde de Capela Outro servidor a reclamar de cortes é Eduardo dos Santos Bezerra, que atua há mais de 20 anos na limpeza urbana da cidade. “Logo no início da gestão do atual prefeito, cortaram meu incentivo de 250 reais. No mês seguinte cortaram minha insalubridade, mas eu continuo atuando em uma área de risco. E agora em julho, descontaram 3 faltas no meu contracheque sem motivo nenhum. Falaram que eu estava de advertência, só que eu não assinei nada”, relatou. Já no início de agosto, em meio à pandemia do novo coronavírus, os profissionais da Saúde da cidade de Capela, denunciaram que estão tendo os adicionais de insalubridade, gratificações e outros direitos trabalhistas cortados pela Prefeitura Municipal. De acordo com a denúncia do Sindicato dos trabalhadores da Saúde, Previdência, Seguro Social e Assistência Social (Sindprev-AL), o atual prefeito. Adelminho Calheiros (MDB), já deixou de pagar dois meses dos adicionais de insalubridade, o que tem causado prejuízo financeiro e emocional aos trabalhadores que tiveram que se afastar das atividades por serem do grupo de risco. Procurado pelo portal, o prefeito Adelminho Calheiros não respondeu aos questionamentos. [caption id="attachment_396471" align="aligncenter" width="719"] (Imagem: Reprodução)[/caption] [caption id="attachment_396477" align="aligncenter" width="687"] Horários de cargos supostamente exercidos por Paulo Moreira não são compatíveis (Imagem: Reprodução)[/caption]