Política

Ministros de Bolsonaro dão versões diferentes sobre reunião que articulou golpe de Estado

Projeto foi frustrado, mas o país esteve à beira de um golpe militar

Por Brasil 247 10/08/2020 08h39
Ministros de Bolsonaro dão versões diferentes sobre reunião que articulou golpe de Estado
Reprodução - Foto: Assessoria
Os ministros de Jair Bolsonaro deram versões divergentes sobre a reunião entre o presidente e a cúpula das Forças Armadas em 2 de maio, às vésperas da participação de Bolsonaro em ato antidemocrático. Segundo reportagem da revista Piauí, o tema do encontro foi a articulação de golpe do Estado com fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) pelas Forças Armadas. A coluna Painel da Folha de S.Paulo informa que houve pelo menos três versões diferentes sobre a reunião, em resposta a  um pedido de esclarecimentos do deputado Ivan Valente (PSOL) com base na Lei de Acesso à Informação. Todas as respostas dos participantes foram convergentes apenas em um aspecto: não houve convite formal (apenas verbal) nem ata do encontro. Veja as diferentes versões, que indicam claramente que as versões sobre a reunião são mentirosas e buscam esconder seu real objetivo:. A versão que parece ser mais próxima do que de fato aconteceu foi a do general Braga Netto, ministro-chefe da Casa Civil, coincidente com a de Pedro Cesar Nunes Ferreira, do gabinete pessoal de Bolsonaro. Ambos responderam que o encontro tratou de "assuntos institucionais afetos às atribuições dos órgãos ali representados". O general Fernando Azevedo, ministro da Defesa, disse que foram discutidos "aspectos relacionados ao enfrentamento da Covid-19". O general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, afirmou que foi discutida "a participação das Forças Armadas no combate ao desmatamento da Amazônia". No dia seguinte à reunião, em 3 de maio, domingo, Bolsonaro  disse que não teria mais diálogo com o Supremo. Ele mostrava irritação com a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes de barrar a nomeação de Alexandre Ramagem, amigo de seus filhos, para a Direção-Geral da Polícia Federal.