Economia

Artigo aponta pressão para reabrir economia

Pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas analisam as ações de governo e a retomada econômica dos setores na capital

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 22/07/2020 14h28
Artigo aponta pressão para reabrir economia
Reprodução - Foto: Assessoria
Numa série de artigos científicos, os pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Luciana Santana e Emerson Nascimento analisam as ações do Governo do Estado durante a pandemia de covid-19. No recém-publicado, eles apontam pressão de setores econômicos para a reabertura da economia e que as mudanças de fase no Distanciamento Social Controlado (DSC) em Maceió e em cidades da região norte teriam sido resultado disso. No artigo, reproduzido, inclusive, no site do Estadão, após citar as cidades da região norte que passaram à fase laranja do DSC, os pesquisadores citam que “[...] a flexibilização das medidas de controle desses municípios alinha-se também à pressão dos grupos econômicos locais. Está sendo uma nova fase para a retomada das atividades no setor em municípios litorâneos, expectativa de aumento de arrecadação dos estados e municípios e reaquecimento do setor”, analisam. “Essa pressão pela abertura econômica tem ameaçado sobretudo os estados pequenos como Alagoas que têm sofrido com perdas de arrecadação na faixa dos 100 milhões de reais, que fazem com que o estado, mesmo com o amparo da ajuda emergencial do governo federal, não consiga reparar as perdas de arrecadação nos últimos quatro meses”, completam. À Tribuna, Luciana Santana comenta o artigo e explana mais sobre que tipo de pressão foi exercida sobre o governo estadual para a reabertura econômica, ainda mais após o comércio de Maceió iniciar abertura. “Tenho acompanhado muitos setores e fica perceptível essa pressão que vem acontecendo, mais precisamente nos meses de maio e junho”, pontua. “Na região norte, antes mesmo de o governador liberar os municípios para a fase laranja, já havia o funcionamento. Isso é um tipo de pressão, e com o comércio de Maceió aberto, a tendência é de possibilidade grande – e isso é uma hipótese – de efeito cascata em outros locais, até pela questão da receita dos municípios, que está caindo e estamos num ano eleitoral”, completa Luciana Santana. Cientista política, a pesquisadora ressalta que o fato de haver pressão não significa que o governador Renan Filho (MDB) está cedendo, por completo, a ela. “Essas pressões existem de alguma maneira, o que não significa o governador tem cedido totalmente a elas. Todas as decisões envolvem várias variáveis. O fato de ele passar a analisar semanalmente a matriz de risco – isso também é uma hipótese – pode sim também levar a crer ser resultado de um tipo de pressão”, analisa Luciana Santana. “Pessoas próximas ao governo têm falado comigo e ressaltando a realização de reuniões, e que o governador tem mantido o pulso firme e considerando os boletins técnicos”, comenta.

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