Política

Flávio será ouvido pelo MPF em Brasília sobre vazamento da PF na operação Furna da Onça

Pela prerrogativa do cargo de senador, ele escolheu horário e local do depoimento; Defesa disse que ele vai depor como testemunha. Empresário Paulo Marinho afirmou que delegado da PF avisou sobre operação

Por G1 18/07/2020 20h56
Flávio será ouvido pelo MPF em Brasília sobre vazamento da PF na operação Furna da Onça
Reprodução - Foto: Assessoria

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) será ouvido na próxima segunda-feira (20), às 14h, em Brasília, pelo Ministério Público Federal (MPF).

O procedimento de investigação criminal apura as denúncias de vazamento da Operação Furna da Onça, em 2018. A denúncia de vazamento foi feita pelo empresário Paulo Marinho, ex-aliado do senador. A informação foi divulgada neste sábado (18) pela GloboNews.

Pela prerrogativa do cargo, o próprio senador escolheu o dia, horário e local do depoimento, que será no gabinete dele no Senado.

Responsável pela investigação, o procurador Eduardo Benones, do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do MPF, vai à Brasília ouvir o depoimento de Flávio Bolsonaro.

Em nota, a defesa do senador disse que o depoimento está confirmado e que ele vai depor como testemunha.

"Para que a verdade seja restaurada o mais rápido possível, o senador Flávio Bolsonaro marcou a data para depor junto ao Ministério Público Federal. A previsão é de que o depoimento ocorra na próxima segunda-feira (20/07), quando um procurador da República irá ao encontro do parlamentar, em Brasília. Flávio Bolsonaro prestará depoimento na condição de testemunha.

Furna da Onça

A operação Furna da Onça investigou um esquema de corrupção na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Durante as investigações da Furna da Onça surgiu o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras ( Coaf), que apontou uma movimentação considerada atípica de R$ 1,2 milhão nas contas de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, então deputado na Assembleia Legislativa do Rio.

Em junho, Queiroz foi preso no sítio de Fredrick Wassef, ex-advogado de Flávio Bolsonaro, em Atibaia, no interior de São Paulo.

O mandado de prisão foi expedido em um desdobramento da investigação do esquema de "rachadinha" no gabinete de Flávio Bolsonaro.

Relato de Paulo Marinho

O vazamento da operação teria sido feito por um delegado, segundo o empresário. À Folha de S. Paulo, Marinho disse que o encontro com o delegado teria ocorrido na porta da Superintendência da PF, na Praça Mauá.

De acordo com a versão do empresário, participaram também o coronel Miguel Braga, chefe de gabinete do parlamentar, o advogado Victor Alves e Val Meliga, ex-presidente do PSL no Rio e irmã de dois milicianos.

O relato do delegado, segundo Marinho, foi de que Queiroz e a filha tinham sido citados num relatório do antigo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

“Vai ser deflagrada a operação Furna da Onça, que vai atingir em cheio a Assembleia Legislativa do Rio. E essa operação vai alcançar algumas pessoas do gabinete do Flávio. Uma delas é o Queiroz e a outra é a filha do Queiroz (Nathalia), que trabalha no gabinete do Jair Bolsonaro (que ainda era deputado federal) em Brasília. Nós vamos segurar essa operação para não detoná-la agora, durante o segundo turno, porque isso pode atrapalhar o resultado da eleição (presidencial) ”, teria dito o delegado, segundo Marinho.

A partir do relatório, o Ministério Público do Rio detalhou o suposto esquema de corrupção que afirma ter ocorrido no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.

Os promotores afirmam que Flávio Bolsonaro é o chefe de uma organização criminosa e identificaram pelo menos 13 assessores que repassaram parte de seus salários ao ex-assessor dele, Fabrício Queiroz.