Política

Antes de sair, Weintraub extingue cotas para negros e indígenas na pós-graduação

Revogação da portaria acontece no mesmo dia em que há expectativa da demissão do ministro da Educação

Por Catraca Livre 18/06/2020 14h36
Antes de sair, Weintraub extingue cotas para negros e indígenas na pós-graduação
Reprodução - Foto: Assessoria
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, revogou nesta quinta-feira, 18, uma portaria de 2016 que determinava cotas para negros, pardos, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação nas universidades e institutos federais, o que inclui programas de mestrado e doutorado. A decisão acontece no mesmo dia em que há expectativa da demissão do chefe da Pasta. A portaria de maio de 2016, assinada pelo então ministro da Educação do governo de Dilma Rousseff, Aloizio Mercadante, determinou que as instituições adotassem esses programas para ampliar a “diversidade étnica e cultural” no corpo discente. O texto pedia a criação de grupos para promover e aperfeiçoar as propostas. “As Instituições Federais de Ensino deverão criar comissões próprias com a finalidade de dar continuidade ao processo de discussão e aperfeiçoamento das ações afirmativas”, ressalta. Publicada no Diário Oficial da União, a revogação impacta diretamente no acesso de negros e indígenas ao mestrado, mestrado profissional e doutorado. Weintraub não justificou sua decisão. Na reunião ministerial de 22 de abril, o ministro chegou a dizer que odeia o termo “povos indígenas”. “Odeio o partido comunista [trecho cortado] querendo transformar a gente numa colônia. Odeio o termo povos indígenas, odeio esse termo, odeio. Ou povos ciganos. Só tem um povo nesse país […] é povo brasileiro […] acabar com esse negócio de povos e privilégios”, declarou. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também já se posicionou contra as cotas raciais.