Política

Governador avalia decretar lockdown em Alagoas

Renan Filho estuda benefícios da medida em estados que já a adotaram

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 13/05/2020 07h50
Governador avalia decretar lockdown em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
Após o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), desembargador Tutmés Airan garantir que decreta o lockdown em caso de convencimento por parte do Governo do Estado, o governador Renan Filho (MDB) informou, em entrevista à Tribuna, que vem observando o decreto de outros estados para saber real benefício da medida. “Nós consideramos todas as hipóteses para o fortalecimento do isolamento social. Estamos observando principalmente o que as medidas de lockdown trouxeram de benefício para outros estados por que serve, sobretudo, para aumentar o percentual de isolamento da população. Isso se verificou em outros estados e é isso que nós estamos observando agora”, ressaltou o governador. Questionado se os fatos atuais, como por exemplo, a capacidade de ocupação dos leitos de UTI, que está em quase 70% e que apenas 48,2% da população alagoana está respeitando a recomendação de isolamento – de acordo com a empresa In Loco, que usa como base dados de localização dos celulares – Renan Filho disse que a aproximação do limite máximo da ocupação da rede hospitalar é um fator importante para o lockdown, porém ele destacou que a entrega do Hospital Metropolitano, previsto para esta sexta-feira (15), como também a abertura de um hospital de campanha e ampliação de leitos no interior, significa que o governo vai ganhar um espaço antes do colapso na saúde. “Vamos seguir trabalhando para abrir novos leitos. A principal dificuldade para isso, no momento, depois desses leitos que eu falei, é exatamente os respiradores e eu tenho cobrado muito do Ministério da Saúde, inclusive com o apoio do Ministério Público do Estado [MPE] e do Ministério Público Federal [MPF] que também fizeram a cobrança para que a gente receba os respiradores”, pontuou o chefe do Executivo. De acordo com ele, o descumprimento de decretos governamentais tem sido verificado em vários locais do Brasil, mas observa uma grande parcela da população alagoana colaborando, ficando em casa e utilizando máscaras. “Nós tomamos medidas muitos duras no último decreto com relação à restrição da lotação no transporte público, a proibição de aglomeração em logradouros públicos. Também ordenamos melhor os bancos públicos, especialmente a Caixa Econômica Federal, e isso colaborou e nós estamos sobretudo verificando a nossa rede hospitalar e o comportamento de lockdown em outros estados para observar o real benefício”. SOCIEDADE ALAGOANA DE INFECTOLOGIA À Tribuna, o presidente da Sociedade Alagoana de Infectologia, Fernando Maia, destacou que há reuniões constantes com o Governo de Alagoas para tratar, dentre outros assuntos, da possibilidade de lockdown. “Estamos nos reunindo hoje [ontem, 12] para inclusive a gente chegar a um consenso se há uma indicação de lockdown ou não. Eu acredito que sim, mas a gente precisa se reunir para poder avaliar melhor essa situação. Não tenho uma resposta para lhe dá ainda. Mas a gente está se reunindo para isso”.