Política

Fim da janela favorece Alfredo Gaspar na Câmara de Maceió

Além do MDB, outros partidos como Podemos estarão engajados na campanha do ex-procurador do MP Estadual a prefeito

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 10/04/2020 16h17
Fim da janela favorece Alfredo Gaspar na Câmara de Maceió
Reprodução - Foto: Assessoria
A janela partidária encerrada no último dia 3 deste mês trouxe um cenário positivo para o pré-candidato a prefeito de Maceió, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto (MDB). Ele terá em seu palanque o apoio da maioria da Câmara de Vereadores. Dos 21 vereadores de mandato, o ex-procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado (MPE) contará com a base eleitoral de 15 deles. Do MDB que tem a maioria da Casa Legislativa – com oito parlamentares – Alfredo terá ao seu lado Ronaldo Luz, Galba Neto e os recém-chegados a legenda Lobão, IB Breda, Ana Hora, Luciano Marinho e Chico Filho. A reportagem não citou o vereador Antônio Hollanda pelo motivo de que ela não será candidato a reeleição. Os partidos Podemos, PSD, PTC, PRTB e DEM também deverão compor com Alfredo. Pelo menos, os parlamentares que representam essas legendas na Câmara não escondem que irão apoiar a candidatura do ex-procurador do MPE. Ele contará ainda com o PSC, que no município é comandado pelo ainda vice-prefeito Marcelo Palmeira, pré-candidato a vereador nesta eleição. Do Podemos, Alfredo terá o apoio do presidente da Câmara, Kelmann Vieira e de Eduardo Canuto. Dessa mesma legenda sairá o candidato a vice da chapa. O nome mais provável é o do presidente estadual da sigla, Tácio Melo. “De fato nós temos essa representatividade grande. Uma conjunção de partidos importantes. O Alfredo é o melhor nome, se notabilizou no MPE. Como secretário de Segurança [Governo do Estado] foi um brilhante secretário. Acreditamos que é uma candidatura com chance de êxito. Ele foi um cara sempre preocupado com políticas públicas no MP e esperamos que ele mantenha isso se eleito”, destacou Eduardo Canuto. A reportagem da Tribuna procurou o pré-candidato Alfredo Gaspar para ele comentar sobre esse cenário de apoio da maioria da Câmara, no entanto, ele ressaltou que nesta ocasião “a nossa preocupação está voltada para esse momento difícil que o mundo está passando”, disse Alfredo se referindo a pandemia do coronavírus que o país vem passando desde o início do ano. O deputado federal JHC (PSB), também pré-candidato a prefeito de Maceió, irá contar com o apoio e base eleitoral de três vereadores de mandato e que chegaram ao partido nesta janela partidária. São eles: Francisco Sales, Cléber Costa e Siderlane Mendonça. O fato que chamou a atenção foi a chegada de Siderlane Mendonça ao partido. Ele até então fazia parte da base aliada do prefeito Rui Palmeira. No entanto, na sessão da última terça-feira (7) ele expôs o que seria o seu rompimento. Ele cita que tinha um projeto junto com os vereadores Kelmann Vieira, Zé Marcio Filho (PSD) e Samyr Malta (PTC), mas que infelizmente não teve sucesso. “Infelizmente vejo na gestão do Rui algumas pessoas incompetentes ao ponto de pensarem unicamente no seu bemestar e não no bem-estar coletivo. Eu tive que tomar uma decisão que era de participar do PSB nas eleições e o vereador Francisco Sales com grande honra me abraçou nesse momento difícil onde a própria equipe da prefeitura de Maceió, não vou citar o nome três cidadãos, que não merecem de jeito nenhum o meu respeito, não teve a competência política de articular de manter um vereador da base aliada junto ao prefeito Rui Palmeira junto ao projeto macro”. Analista: “pré-candidato do MDB sai fortalecido” A reportagem da Tribuna consultou o cientista político Ranulfo Paranhos para que avaliasse se o cenário pós-filiações deixava evidente o ‘favoritismo’ para a candidatura de Alfredo Gaspar. Ranulfo avalia que Alfredo sai fortalecido e destaca que o fator dele ter o apoio das três principais máquinas públicas (Governo do estado, Prefeitura de Maceió e maioria da Câmara) faz o ex-procurador do MPE sair na frente na disputa pelo cargo de prefeito. “Quem tem o apoio do governador tem um peso significativo para as eleições municipais. Apoio da máquina do município onde ele vai se candidatar. Qual é o papel do vereador nesse caso? É uma coisa que a gente chama de capilarização da imagem do candidato majoritário. O vereador tem a função de levar para suas bases o seu candidato a majoritária. Ele vai ter essa função, ao conquistar voto para ele, por tabela vai trabalhar para conseguir voto para seu candidato a prefeito. Aí quando você tem muitos vereadores como é o caso do Alfredo, aí sai na frente. Vereadores tem efeito sobre a conquista do candidato? Tem. Vereadores com mandato tem. Aí voltamos para a máquina pública. Alfredo tem a seu favor três maquinas, maioria da câmara, prefeitura e governo. Isso maximiza a probabilidade de sucesso”, analisa. O cientista político aponta também estratégias para os candidatos convencerem o eleitorado. Para ele, os candidatos precisam sondar a sociedade e saber o que ela espera no momento. “Qual estratégia eles devem seguir? Campanha convincente. Davi Davino não sei, mas JHC vai ter mais ou menos os mesmos recursos financeiros do Alfredo. Eles largam na mesma posição, mas um tem a máquina e o outro não. Tem que fazer estratégias que convençam. Qual é nesse momento a estratégia que convence? Aí você precisa sondar a sociedade, o que ela espera? Políticas públicas ou espera alguém que passe segurança, confiança e imagem? Esperam alguém mais jovem e mais combativo? JHC aí sai na frente. Espera alguém mais experiente, alguém que não seja contaminado pela política? Aí Alfredo saí na frente e Davi Davino perde nas duas”. Vereadores do PSB seguem no campo oposicionista Já o vereador Cleber Costa ressaltou que sua chegada ao PSB tem relação com o fato de ser oposicionista ao campo das ideias da atual gestão representada por Rui Palmeira. “Nós temos 11 frentes partidárias em Maceió. Em torno de sete estão alinhadas aos interesses dos Executivos Municipal e Estadual. Por questões de coerência, não estaria confortável junto de um grupo do qual sou independente. Dos partidos restantes, o PSB foi o que escolhi, pois é o que mais se alinha aos meus objetivos como político, uma vez que representa uma frente contrária ao prefeito, com o qual não me encontro hoje politicamente alinhado no campo das ideias do que seria melhor para a nossa Maceió. Pessoalmente, nada contra ninguém.” O PSB tem como aliado o PSDB, que no estado é comandado pelo senador Rodrigo Cunha. No entanto, o partido tucano que até então tinha três representantes na Câmara, ficou sem nenhum após a saída de Rui Palmeira da legenda. À Tribuna, a assessoria de JHC informou que ele havia decidido que não trataria das eleições até que houvesse uma redução ou controle da crise da pandemia do coronavírus. Do lado do deputado estadual Davi Davino Filho, pré-candidato a prefeito pelo Progressistas estarão também três parlamentares; seu pai, Davi Davino, Fátima Santiago e a recém-filiada Aparecida Augusta. Em sua chapa, o parlamentar terá o apoio ainda do PSL – que no estado será comandado pelo presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor –, além do Solidariedade (SD). Na linha de frente da candidatura de Davi Davino Filho está o deputado federal Arthur Lira (PP) que costurou o apoio do PSL, antigo partido do presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem Partido) e que terá um dos maiores fundos eleitorais da eleição deste ano.