Política

Partidos ficam atentos ao quociente eleitoral

Com o fim da janela partidária, analista político Marcelo Bastos aponta quais legendas tendem a ser favoritas em 2020

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 08/04/2020 07h53
Partidos ficam atentos ao quociente eleitoral
Reprodução - Foto: Assessoria
Passada a janela partidária, as atenções em qualquer roda política estão voltadas agora para os pré-candidatos a vereador e para a máquina calculadora ou para o conhecido quociente eleitor, que se tornou uma das maiores preocupações dos candidatos após o fim das coligações partidárias. De acordo com a Justiça Eleitoral, o quociente é a quantidade que cada chapa precisa alcançar para eleger ao menos um de seus membros para o parlamento. Até as eleições de 2018, o popular puxador de votos disputava o pleito e poderia “arrastar” dois, três ou mais candidatos daquele agrupamento, mesmo que estes tivessem resultados abaixo da média eleitoral. Com a mudança em 2020, a disputa agora não é para ter uma coligação mais forte, e sim legendas. Ou seja, a depender do resultado, um partido tradicional pode eleger um, dois ou até três vereadores, como também pode não eleger nenhum, o que corresponde ao seu desempenho nas urnas e do quociente eleitoral. De acordo com o portal do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Maceió tem 590.663 eleitores. A partir da próxima legislatura, o Poder Legislativo terá 25 cadeiras, o que deixa o quociente eleitoral em 23.626 votos. Fossem ainda as 21 da atual legislatura, seriam necessários 28.127 votos. Contudo, considerando apenas os votos válidos, o quociente eleitoral, segundo o analista político Marcelo Bastos, deve ficar em torno dos 17 mil votos. “Estamos trabalhando hoje em cima de uma suposição. Mas, como o prazo de mudança de partido foi até agora 4 de abril, em nossa avaliação, teremos em torno de 17 chapas. Ou seja, 17 partidos que devem apresentar candidato a vereador para o pleito”, ressalta Marcelo. Segundo o analista, alguns partidos terão grandes dificuldades de atingir o quociente eleitoral. Ele explica ainda que nesta eleição o número de abstenção, nulos e brancos pode ser muito maior que 2016, o que pode fazer o quociente ficar na casa dos 15 ou 16 mil votos. Somando as três situações ocorridas no 1º turno daquele pleito deu 159.256 (29,59%). “Para que um partido possa eleger o primeiro, ele teria que atingir pelo menos 16 mil votos. E tem que lembrar se o partido atingir esse número qualquer vereador pra ter chance de disputar a vaga tem que ter 10% do quociente eleitoral, então se o quociente ficar na casa de 16 mil votos, todo candidato tem que ter no mínimo 1.600 votos. Se o candidato não tiver 10% do que foi o quociente, esse candidato está eliminado e não tem nenhuma chance política. Essa matemática é você pegar os votos válidos, excluindo brancos e nulos e abstenção e dividindo pelo número de vagas na Câmara”, destaca Marcelo. MDB e Podemos têm condições de eleger bancada forte   Sendo a maior bancada na atual legislatura – após o fechamento da janela partidária – com oito parlamentares, o MDB deve fazer sete nomes, prevê o analista político, Marcelo Bastos. Dentro dos destaques do partido, aparece o ex-deputado federal Givaldo Carimbão, que se filiou na legenda recentemente a convite do governador Renan Filho. Credita-se a ele a experiência conquistada em Brasília. O partido se reforçou nesta janela com os vereadores Chico Filho, Luciano Marinho, Ana Hora, Lobão e Ib Breda. Antes contava com apenas três parlamentares. De acordo com Marcelo Bastos, a segunda maior bancada ficaria com o Podemos, que nesta legislatura tem dois nomes: Kelmann Vieira e Eduardo Canuto.  A projeção é de eleger uma bancada com quatro vereadores. Cotado para ser vice na chapa de Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, o presidente estadual da legenda, Tácio Melo, surge como uma das surpresas e pode garantir uma das vagas para a legenda na Câmara. A projeção de Marcelo Bastos aponta que tanto o Progressistas (PP), como o PSB ficariam com três cadeiras, respectivamente.  As duas legendas já contam com três vereadores cada nesta legislatura. O PP com Davi Davino, Fátima Santiago e a recém- filiada Aparecida Augusta. O PSB até então não tinha representantes, mas nesta janela filiou Francisco Salles, Siderlane Mendonça e Cléber Costa. O Democratas (DEM) que na janela partidária acabou perdendo uma vaga na Câmara, com a saída de Aparecida Augusta para o PP, pode recuperar essa cadeira e manter duas representações na próxima legislatura, segundo Marcelo Bastos. O partido manteve a vereadora Simone Andrade e deverá fazer mais um nome. Na mesma situação aparece o PSD. O partido tem na atual legislatura os vereadores Zé Márcio Filho, ex-PSDB e Mauro Guedes Júnior, que deixou o PV. A probabilidade é de que a legenda mantenha as duas cadeiras na Câmara de Maceió. Ana Hora, que foi para o MDB. Vale ressaltar que uma das estratégias do PSD nas eleições é filiar figuras conhecidas da internet. Tanto que para esse pleito, o partido aposta também nos nomes dos influenciadores digitais Rey Costa e “Papa Capim”. O PSDB que acabou saindo enfraquecido da janela partidária, pois perdeu os três nomes que tinha na Câmara, poderá recuperar uma cadeira, segundo projeção de Marcelo Bastos. O nome mais forte que irá disputar as eleições é o de Teca Nelma, filha da deputada federal e ex-vereadora de Maceió, Tereza Nelma. Para o analista político, uma das 25 vagas deve ficar com um representante do PSC. O nome da vez é o do então vice-prefeito de Maceió, Marcelo Palmeira O PRTB, que conseguiu manter a vereadora Silvania Barbosa no partido, deve assegurar também uma das cadeiras na Câmara. Outra vaga ficaria entre os partidos PDT, PTC e Rede. O PDT pode apostar no ex-deputado estadual Judson Cabral, já o PTC tem um vereador de mandato, Samyr Malta e acredita em sua reeleição, e a Rede Sustentabilidade terá como principal nome a ex-senadora Heloísa Helena.