Política

Sindicato alerta para privatização da Casal

Urbanitários advertiram sobre importância de serviços essenciais à população, como água e energia em Alagoas

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 04/03/2020 09h19
Sindicato alerta para privatização da Casal
Reprodução - Foto: Assessoria
Para tentar alertar à sociedade sobre os riscos de privatização da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) e de outros serviços públicos, o Sindicato dos Urbanitários realizou, na terça-feira (3), um ato na Praça Dom Pedro II – em frente à Assembleia Legislativa do Estado (ALE). Dafne Orion, nova presidente do Sindicato, ressalta que a entidade já vem há algum tempo denunciando os reflexos negativos de privatizações de serviços de saneamento e energia. “São serviços essenciais e é fundamental que toda a população tenha acesso a esses serviços e quando se trata isso como mercadoria se limita o acesso e se diz que nem todos terão energia elétrica ou água, exceto que puder pagar. É assim que funciona o setor privado, por mais boa vontade que se possa ter. Na hora que se privatiza um serviço, se delimita o alcance desse serviço para quem pode pagar”, diz a presidente do Sindicato dos Urbanitários. Ela destaca a possibilidade de haver problemas parecidos no fornecimento de água e esgotamento com os que ocorrem atualmente com os serviços da Equatorial no fornecimento de energia elétrica. “Há o receio de que a privatização da Casal tenha o mesmo resultado do que ocorre com a Equatorial. Quando a gente falava que da privatização, diziam que tudo ia melhorar. Mas não é isso que estamos vendo. Colocamos para a empresa que eles teriam dificuldade por causa do tipo de serviço. Eles começaram demitindo pessoas com experiência e terceirizou sem isso. Como se mantém a qualidade do serviço assim? Temos a mesma preocupação com o saneamento”, afirma Dafne Orion. A dirigente sindical também comenta diferenças entre os projetos de privatizações que tramitam em Brasília e o em elaboração para a Casal. Segundo ela, o local é para uma área da empresa: o setor comercial, que atua na distribuição da água. Ainda de acordo com Dafne Orion, as ressalvas ao projeto para a Casal foram apresentadas ao governador Renan Filho (MDB) e aos secretários Maurício Quintella – da Infraestrutura – e George Santoro – da Fazenda. “Entregamos sugestões de como melhorar o projeto. A gente sabe que não tem recurso público para investir em saneamento, o custo é muito alto. Tivemos uma experiência muito boa com o PAC 1 e PAC 2 em governos anteriores, mas o déficit era tão grande que não foi o suficiente, além de que a realidade atual é outra, as portas se fecharam e a política do Governo Federal é de entrega ao setor privado”, diz a dirigente sindical que sustenta a necessidade de discussão acerca do projeto. “Um projeto deste tamanho deveria ser amplamente discutido e, desde o início, afirmamos que ele deveria passar por uma discussão na ALE, mas isso não aconteceu. Recentemente, foi noticiado que o presidente da Casa traria essa discussão. Queremos reforçar isso e contribuir com o debate”.