Política

Bancada alagoana cobra políticas sociais do Governo Federal

Parlamentares ainda devem intensificar busca de recursos via emendas no orçamento para direcionar aos municípios alagoanos

21/01/2020 08h51
Bancada alagoana cobra políticas sociais do Governo Federal
Reprodução - Foto: Assessoria
Na avaliação de quatro dos nove parlamentares alagoanos sobre o primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro (sem partido), fica evidente que as cobranças por políticas sociais irão continuar este ano, mesmo com eleições municipais e votação de reformas. Para avançar, segundo parte da bancada federal, é preciso resolver problemas do país, como o desemprego e o baixo crescimento econômico. As cobranças por mais recursos e melhores condições para o Estado serão a baliza da ação parlamentar em 2020. Neste primeiro semestre, o Congresso Nacional concentrará forças para aprovação de duas reformas já anunciadas pelo governo Bolsonaro e em trâmite no Congresso: reforma administrativa e tributária. Ouvido pela Tribuna, o professor da Universidade Federal de Alagoas e cientista político, Ranulfo Paranhos, acredita que a votação das reformas pode ser decisivo no jogo político, já que as emendas vão para os municípios e podem se transformar em apoio em 2022. “Mesmo com uma bancada pequena e de interesses de certa forma, difusos, os parlamentares podem conseguir acessar os recursos que pleiteiam junto ao governo federal”, aponta Ranulfo. Para Ranulfo, em um cenário onde Alagoas representa 2% do eleitorado nacional, esta bancada não consegue exercer muita força. “JHC [PSB] e Paulão [PT] estão na oposição junto com algumas figuras alinhadas a Renan [Calheiros] e, quem não está neste grupo, fica isolado. Em relação às demandas, os parlamentares estão corretos em pleitear emendas já que elas se transformam em obras nos municípios”. Segundo Paranhos, “os parlamentares alagoanos estão em diversas comissões, tentando resolver problemas como desemprego e geração e renda no Congresso, mas o que se torna palpável são as emendas”. LIDERANÇA Líder da bancada federal alagoana, o deputado Marx Beltrão (PSD), afirma que o governo federal precisa ter mais habilidade e agilidade no trato das questões políticas e sociais do país. “É fato que o governo, no geral, precisa mostrar maior desenvoltura e ter mais entrega em prol da população. Entretanto, o presidente [Jair Bolsonaro] tem três anos de governo e é natural que em qualquer gestão o início seja de ‘ajustes’. A esperança depositada em Bolsonaro foi enorme, e não queremos que o Brasil se desaponte com o presidente. No Congresso sempre vamos nos manter atentos, vigilantes e fiscalizadores do Executivo”, ressalta o parlamentar. Já o deputado JHC (PSB) destaca que o ano será de cobrar do governo federal projetos para o estado. “Algumas demandas como a venda direta do etanol e o apoio ao rateio dos precatórios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério [Fundef] têm sido trabalhadas. No primeiro caso, há uma predisposição pessoal do presidente em apoiar. De forma geral, continuaremos viabilizando recursos para Alagoas. Com emendas, já atendemos mais de 52 municípios e instituições em Alagoas”, afirma o deputado. Privatização de estatais causa preocupação   Integrante da bancada federal alagoana, o deputado Severino Pessoa (PRB), acredita que o país está vivendo momentos de dificuldades, mas deve apresentar melhoras. No entanto, o parlamentar só não apresentou argumentos de como o Brasil pode sair da crise. [caption id="attachment_350935" align="alignright" width="276"] Severino Pessoa mostra-se otimista em relação ao governo Bolsonaro (Foto: Assessoria)[/caption] “O ano [2019] não foi fácil, mas que vai melhorar em 2020. Existem algumas reivindicações, mas acredito no empenho do atual presidente. O ano foi difícil, mas a expectativa é que o Brasil comece a crescer e entrar nos trilhos a partir de 2020”, resume o parlamentar. Para o deputado Paulão (PT), que está localizado na oposição ao governo Bolsonaro, assegura que a partir de fevereiro todas as cobranças por recursos devem continuar. “Na volta do parlamento em fevereiro, continuarei cobrando o governo e lutando pelas emendas parlamentares e de bancada para saúde, educação e agricultura familiar. Ele [Jair Bolsonaro] elegeu as empresas estatais como inimigas e por isso a prioridade na privatização dos Correios, Eletrobras, Banco do Brasil e setores da Petrobras, somente para fazer ‘caixa’ para pagar o sistema financeiro”, denuncia o parlamentar. “Observamos uma taxa maior de desemprego e uma baixa expectativa de futuro para a juventude que termina indo para o trabalho via app [aplicativo], a conhecida ‘uberização’ do trabalho, que precariza ainda mais a situação dos trabalhadores no Brasil. O PT é oposição ao governo Bolsonaro e a resistência irá continuar no parlamento, nos movimentos sociais e nas ruas”, conclui o deputado. Para o professor universitário e cientista político, Ranulfo Paranhos, a relação com o governo federal é complexa pois o estado não faz mais parte do arco de alianças que apoiava o governo anterior, do grupo que estava com Renan Calheiros. “É uma relação difícil que o governo tem com o Congresso e com a bancada federal”, finaliza Ranulfo Paranhos.