Política

Moro desacata STF e o culpa pela piora na avaliação popular sobre corrupção no governo

Humilhado muitas vezes por Bolsonaro em público, ministro da Justiça diz que sua relação com o ocupante do Palácio do Planalto está ‘ótima’

Por Brasil 247 12/12/2019 10h13
Moro desacata STF e o culpa pela piora na avaliação popular sobre corrupção no governo
Reprodução - Foto: Assessoria
O ministro da Justiça, Sergio Moro responsabilizou em entrevista a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a prisão para condenados em segunda instância pela percepção dos brasileiros de que o governo federal não atua como deve no combate à corrupção. Para 50% da população, a gestão do governo é ruim ou péssima na área do combate à corrupção, índice maior do que o verificado (44%) no mês de agosto, segundo pesquisa do instituto Datafolha. Segundo Moro, o que aconteceu nesse período que mudou a percepção dos brasileiros sobre o combate à corrupção "foi a revogação do precedente da segunda instância". Ele ataca assim uma decisão soberana da Corte Suprema do país em defesa da Constituição federal e do Estado democrático de direito. Favorável à prisão em segunda instância, o ministro de Bolsonaro está em plena campanha para derrubar a decisão do STF. Sergio Moro não se conforma com a liberdade do ex-presidente Lula, resultante da decisão do Supremo. Lula foi injustamente condenado por Moro. Flagrado diversas vezes cometendo irregularidades em diálogos com procuradores da Operação Lava Jato, desmascarado perante a opinião pública com os vazamentos realizados pelo site The Intercept Brasil, Moro afirmou que não há qualquer irregularidade nas mensagens privadas com procuradores da Lava Jato, obtidas pelo site. O ministro acusou a Folha de S.Paulo de fazer "sensacionalismo". Moro sofreu uma derrota política nos últimos dias com a desidratação do chamado pacote "anticrime" aprovado pelo Congresso Nacional, mas não admite o revés. Na verdade, está se preparando, junto com aliados lavajatistas no Parlamento, para reapresentar medidas que o pacote continha, como a licença para matar, entre outras. O ex-juiz se esquivou do questionamento sobre possível candidatura a vice-presidente numa chapa à reeleição de Bolsonaro em 2022. Disse que a relação com o presidente está "ótima", mas admitiu divergências internas sobre o que chamou de "pontos específicos".