Política

Técnicos da Ufal fecham a Universidade contra ataques do governo federal à Educação

Uma das medidas do governo federal veda o aumento de despesa com pessoal, inclusive o aumento de vantagem, auxílio, bônus, abono, verba de representação e benefício de qualquer natureza

Por Thayanne Magalhães 27/11/2019 09h35
Técnicos da Ufal fecham a Universidade contra ataques do governo federal à Educação
Reprodução - Foto: Assessoria
Os técnico-administrativos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) participam de greve nacional de 48h contra as reformas do governo e o desmonte do Estado e nesta quarta-feira (27) estão mobilizados na entrada do campus A. C. Simões em Maceió para chamar a atenção da sociedade.  A decisão segue orientação repassada pela Federação Nacional dos Servidores de Universidades Federais do Brasil (Fasubra) e foi aprovada na última assembleia do sindicato dos trabalhadores da Ufal (Sintufal). Flavio Lins, da coordenação de comunicação do Sintufal, explicou que o objetivo dos técnicos de Instituições Federais de Ensino Superior é denunciar as consequências da aprovação da nefasta PEC da reforma da Previdência e dos sucessivos ataques à educação. “A ideia da mobilização é chamar a atenção para os ataques que vem acontecendo contra o serviço público em geral. Hoje decidimos fechar o portão da Ufal para causar impacto e denunciar as reformas que deformam o serviço público federal”, destacou. O coordenador comentou ainda do repúdio dos trabalhadores da Ufal contra as declarações do ministro da Educação, Abraham Weintraub. “Eu costumo chama-lo de ‘ministro da ignorância’ e exemplos não faltam como quando ele emitiu uma opinião sobre os professores das universidades, apelidando de ‘zebras gordas’ do serviço público, que ganham grandes salários sem dar contribuição. O fato é que uma minoria, com muitos anos de carreira, realmente recebe um salário maior, porém, a imensa maioria não condiz com a declaração”, opinou Flavio Lins. “E agora, recentemente, ele afirmou que os terrenos das universidades são usados para plantações extensivas de maconha”, continuou. Flavio Lins destacou ainda o contingenciamento do orçamento das Universidades e Institutos Federais deste ano, revertido após as várias manifestações e prostestos da população. Contou que na Ufal, a projeção do orçamento para 2020 cairá de R$ 124 milhões para R$ 89 milhões. “Agora não é mais 'contigenciamento', é corte mesmo, essa projeção para o próximo ano escancara isso. Uma redução significativa e nossa mobilização é contra todos esses ataques”, concluiu. A Fasubra esclarece que “uma das medidas do governo federal veda o aumento de despesa com pessoal, inclusive o aumento de vantagem, auxílio, bônus, abono, verba de representação e benefício de qualquer natureza” impondo mais arrocho para os servidores federais. Outros dispositivos impedem reajustes salariais, criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa; alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa; admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título; realização de concurso público; e criação de despesa obrigatória; entre outros. Os técnico-administrativos permanecerão fechando o portão da Ufal até as 15h.