Política

Bienal: institutos comercializam obras a preço de custo

No Espaço Armazém, dois estandes são referência em obras de temática revolucionária e centrada em Lukács

Por Lucas França com Tribuna Independente 06/11/2019 08h55
Bienal: institutos comercializam obras a preço de custo
Reprodução - Foto: Assessoria
Um dos principais objetivos da Bienal Internacional do Livro de Alagoas é levar conhecimento, cultura e pensamento crítico aos visitantes. Tudo isso através da literatura. E para quem gosta de ler e adquirir conhecimento, o evento é uma oportunidade imperdível. No Espaço Armazém, onde estão montados os estandes de diversas editoras de todo o país e local, é possível encontrar livros de diversas temáticas a preço de custo. O estande do Coletivo Veredas, por exemplo,  que surgiu em 2014, oferece livros em média a partir de R$ 9. “Na verdade fazemos a distribuição até de alguns exemplares de forma gratuita’’, conta Sérgio Lessa, membro do Coletivo Veredas. Lessa conta que os preços são baixos porque as obras são publicadas apenas valor de custo. “Só pagamos pela gráfica e a revisão de português do livro. Então acaba ficando a um baixo custo. Por isso que conseguimos fazer um material que as editoras convencionais não publicaria por conta dos custos. Legalmente somos uma associação sem fins lucrativos – ou seja, é como se fossemos um associação de amigos de bairro, que temos como finalidade levar a temática desses livros que comercializamos para a população”. O expositor e membro do Coletivo Veredas conta que a associação é uma iniciativa alagoana que trabalha com material de qualidade. “Somos uma iniciativa local que ganhou outros exemplos no país. Levamos um material de qualidade com temas que devem ser abordados na sociedade”, diz lembrando que no estande têm obras com a temática do pensamento de  Lukács, A oncologia do Ser Social e O aparato crítico, além de obras recém lançadas do autor Guido Odrini. Para ser publicado um material pelo coletivo, Lessa explica que os autores de diversas partes do país enviam o material bruto para eles e os membros avaliam. Se 85% concordarem, o material é publicado. Está é a terceira Bienal do Coletivo, que participa de eventos literários e feiras em várias partes do Brasil. Além do Coletivo Veredas, há também um estande especifico do Instituto Lukács, outra entidade centrada em Lukács e sem fins lucrativos que surgiu em 2012; comercializa livros a custo apenas do papel e impressão. “É um trabalho revolucionário. A proposta em si já é revolucionária – queremos que as pessoas tenham acesso a essas temáticas. Os associados do instituto produzem essas obras sem pensar no lucro. Tanto que todas essas estão em nosso site no formato de PDF. Nosso objetivo é que as pessoas façam a leitura. As vendas são apenas para os gastos específicos. Por exemplo, o livro que sairia por R$ 5 vendemos por R$ 10, que já é um valor baixo – metade vai para o autor, que não está tendo lucro. Esse dinheiro é apenas para pagar o custo que ele teve para publicação da obra. E o restante vai para o instituto conseguir fazer novas publicações”, explica a voluntária do instituto, Andréa Moraes. Assim como o Coletivo Veredas, só são pagas a gráfica e a impressão. “Quem faz são profissionais que não estão pensando em remuneração e, sim, em levar o pensamento ao leitor. Nossa metade na verdade é evitar sermos associados a comércio de livros, e sim dá acesso à teoria revolucionária”, finaliza Andréa.