Política

Ditadura: Ufal e comitê defendem reparação de danos

Universidade pretende promover ações para o resgate histórico dos perseguidos políticos

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 31/10/2019 08h42
Ditadura: Ufal e comitê defendem reparação de danos
Reprodução - Foto: Assessoria
A reitora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Valéria Correia esteve recentemente com integrantes do Comitê Memória, Verdade e Justiça de Alagoas para tratar sobre o resgate da história dos perseguidos durante a Ditadura Militar, que ocorreu de 1964 a 1985 no Brasil. Na ocasião, Valéria destacou o interesse da Ufal nesse tema. “Somos guardiões da História e da Democracia e temos pesquisadores que abordam este período histórico, com a perspectiva de defender os direitos fundamentais à vida e à liberdade”, disse. O professor de História do Campus do Sertão e chefe de Gabinete da Reitoria da Ufal, Aruã Silva de Lima, destacou que a Universidade sedia dois cursos de História, teve estudantes e professores entre perseguidos pela ditadura e que isso por si só já justificaria a participação da Ufal em uma iniciativa dessa natureza. “Além disso, as pessoas que dirigiam a Universidade àquela altura homenagearam próceres do regime e, nesse sentido, é fundamental que haja reparação histórica. O Estado não pode ser fonte de reconhecimento a violadores de Direitos Humanos”. Os comitês são formados por integrantes da sociedade civil, que acompanharam os trabalhos e levantamentos realizados pela Comissão Nacional da Verdade, instalada oficialmente pelo Governo Federal em 2012. Integrante do comitê em Alagoas, Magno Francisco pontuou que essa iniciativa da Ufal é muito importante porque uma das pautas essenciais de qualquer país democrático, segundo ele, é exatamente resolver todas as lacunas presentes na sua história. “E esse período de ditadura militar é um período que no caso do Brasil precisa ser passado a limpo. Como muitos estudantes, professores, técnicos da universidade foram perseguidos, a iniciativa da Ufal, portanto, em desenvolver uma relação de parceria com o Comitê é fundamental para que os crimes que foram cometidos durante a ditadura sejam esclarecidos e que a gente tenha o direito sempre de exercer a liberdade no nosso país”.