Política

"É uma catástrofe o que está acontecendo e Governo é negligente", diz Marina em Maceió

Marina Silva participou da XV Semana de Direitos Humanos da faculdade Seune

Por Reportagem: Rívison Batista 25/10/2019 22h50
'É uma catástrofe o que está acontecendo e Governo é negligente', diz Marina em Maceió
Reprodução - Foto: Assessoria
A ex-ministra do Meio Ambiente e ex-candidata à Presidência da República Marina Silva esteve em Maceió nesta sexta-feira (25) e participou da XV Semana de Direitos Humanos da faculdade Seune. O evento aconteceu na noite desta sexta no prédio da faculdade, no bairro do Farol, e contou com outras presenças políticas importantes, como a ex-senadora alagoana Heloisa Helena. Marina Silva falou com a reportagem da Tribuna e comentou sobre o aparecimento de óleo pelo litoral nordestino. “É uma catástrofe o que está acontecendo no ponto de vista ambiental, com prejuízos econômicos, sociais e de toda natureza. É algo que conta com uma atitude negligente, incompetente, do Governo Federal para agir no tempo certo. Levou mais de 40 dias para tomar as primeiras medidas e, quando tomou as primeiras medidas, elas ainda foram completamente inadequadas”, disse Marina à reportagem do Tribuna Hoje. De acordo com Marina, o plano nacional de contingência não foi acionado e o Governo Federal não se articulou com os governos dos estados atingidos pelo óleo. “Não pediram ajuda a quem podia ajudar. Não é possível que a Petrobras, que explora petróleo em águas profundas, não tenha como fazer a contenção de um derramamento de óleo. Isso é uma exposição do Brasil, no ponto de vista internacional, no nível de fragilidade que nos deixa numa situação muito delicada. A Marinha deveria ter agido com o máximo de urgência, e não foi feito. O governo fica lançando cortina de fumaça”, afirmou Marina. A ex-ministra comentou também que o Governo Federal demorou 50 dias para agir nos casos dos incêndios que atingiram a floresta amazônica neste ano e “só agiram após muita pressão nacional e internacional”. “Ao invés de assumirem a responsabilidade, ficam botando a culpa nas ONGs. Eles poupam aqueles que cometeram os crimes, no caso da Amazônia, que foram fazendeiros, desmatadores e madeireiros inescrupulosos e, agora, eles estão colocando a culpa no Greenpeace, como se o Governo Federal estivesse mesmo criando uma cortina de fumaça para esconder sua falta de compromisso e o descaso que tem com a população do Norte e do Nordeste”, disse Marina à reportagem. Evento A ex-senadora alagoana Heloisa Helena também marcou presença na faculdade Seune na noite desta sexta e comentou sobre o evento. “O evento trata de várias questões que impactam diretamente com os direitos humanos, desde as questões trabalhistas, o acesso a serviços públicos de qualidade, como educação, saúde e segurança pública, até a questão da sustentabilidade, pois a sustentabilidade no ponto de vista ambiental tem um impacto direto na chamada sustentabilidade econômica e social”, comentou Heloisa. Marina Silva também entrou na questão e disse que “ter um ambiente preservado assegura os direitos humanos de uma pessoa”. “Alguém que não tem terra fértil e não tem os meios para produzir e viver com dignidade, não tem como assegurar seus direitos humanos”, disse a ex-ministra.