Política

Educação promete paralisar atividades nestas quarta (2) e quinta (3)

Alvo principal da mobilização é o programa Future-se, recém-criado pelo Ministério da Educação

Por Jairo Silva com Tribuna Independente 02/10/2019 08h15
Educação promete paralisar atividades nestas quarta (2) e quinta (3)
Reprodução - Foto: Assessoria
Servidor,es e professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) paralisam suas atividades por 48 horas em protesto aos cortes do governo federal no orçamento da Educação Superior e desvalorização das categorias nesta quarta-feira (2) nesta quinta (3), sendo o primeiro dia voltado a atividades internas nas instituições de ensino e o segundo com manifestação de rua. O alvo principal da mobilização é o programa do Ministério da Educação (MEC) “Future-se”. A paralisação de dois dias acontecerá ‘dentro e fora’ das instituições, mesclando palestras, rodas de conversas, e cineclubes, especialmente no dia 02. No dia 03, haverá uma concentração geral na Praça do Centenário, em Maceió, às 14h. As cidades de Arapiraca e Viçosa também têm protestos programados para o dia 03. Em 07 municípios onde há campus do Ifal acontecerão atividades internas durante os dias de paralisação. Para o presidente da Associação dos Docentes da Ufal (Adufal), Jailton Lira, uma das pautas do protesto é o projeto Future-se, que prevê parcerias e investimentos de empresas privadas no ensino superior público. “O Future-se representa uma apropriação do espaço público pelo setor privado. Na prática, cria uma empresa, uma Oscip para administrar o espaço universitário e, sendo empresa, sua preocupação será o lucro e não a qualidade de ensino”, comenta Jailton Lira. Em sua avaliação, o programa do MEC vai, mesmo que indiretamente, privatizar as universidades porque uma empresa vai gerir seus recursos por fora da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). “Uma preocupação é que esta empresa do ‘Future-se’ gerenciará recursos do governo sem estar diretamente sob a legislação do serviço público e da LDB. O que percebemos na proposta do MEC é o incentivo para setores de pesquisa que gerem lucro, como o setor industrial, deixando de fora o setor de humanas, de serviço social e de saúde”, afirma o presidente da Adufal. Já o Sindicato dos Servidores do Ifal (Sintietfal), em nota divulgada em seu site, destaca que “as 48 horas de luta em defesa da educação”. Sobre a paralisação das atividades pelos servidores, a vice-presidente Sílvia Regina, em texto no site do Sintietfal, afirma que “a greve é um direito nosso, assegurado pela Constituição Federal, e também um dever moral diante dos cortes e da ameaça desse governo em destruir a educação, o conhecimento e a ciência do país”. OUTROS ATOS Este ano já foram realizadas duas manifestações contra as politicas para a educação do governo Jair Bolsonaro (PSL), ambas em maio e com atos em todo o país. Em Maceió, as atividades se concentraram no Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (CEPA) e a outra também na Praça do Centenário. Ambas contaram com boa presença, com cerca de cinco mil pessoas. Também ocorreram atos no interior.