Política

Estudantes e servidores da Educação tomam Fernandes Lima contra medidas de Bolsonaro

Manifestação acontece em todo o país e em Alagoas a concentração teve início em frente ao Cepa

Por Thayanne Magalhães 13/08/2019 11h37
Estudantes e servidores da Educação tomam Fernandes Lima contra medidas de Bolsonaro
Reprodução - Foto: Assessoria
Em defesa da educação pública, estudantes e servidores públicos municipais, estaduais e federais tomaram a Avenida Fernandes Lima em direção ao Centro de Maceió protestando contra os cortes de verbas do Governo Federal. A manifestação acontece em todo o país e em Alagoas a concentração teve início em frente ao Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (Cepa). A presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), Maria Consuelo Correia, explicou que os manifestantes cobram diálogo com o governador Renan Filho (MDB) e com o prefeito de Maceió Rui Palmeira (PSDB). “O ato faz parte da agenda nacional contra o desmonte implantado na Educação do Brasil. Vamos marchar pelas ruas da cidade contra os cortes do Governo Federal, que tem ocorrido de forma avassaladora. Também lutamos contra a retirada dos direitos trabalhistas e em defesa da aposentadoria e do emprego. O país hoje tem milhões de desempregados”, ressalta Consuelo Correia. A presidente do Sinteal afirma ainda que o Brasil vive um retrocesso e está perdendo a soberania. [caption id="attachment_320253" align="aligncenter" width="600"] Protesto acontece em todo o país contra os cortes do governo Bolsonaro (Foto: Edilson Omena)[/caption] Consuelo Correia cobra ainda uma reunião com o governador para discutir as pautas locais. “O Governo do Estado não recebe os servidores públicos para dialogar. Já realizamos dois atos mas o canal de negociações não abre para nós. Queremos discutir sobre nossa data-base do Município, que é janeiro e maio a do Estado, mas os dois gestores permanecem em silêncio. Hoje estamos nas ruas para mostrar a nossa indignação por tudo o que está acontecendo em todo o país”, ressaltou a presidente. Caso não haja diálogo e negociação, os servidores públicos estaduais podem decidir por uma greve geral. A manifestação está sendo acompanhada por militares do Gerenciamento de Crises e o Batalhão de Polícia Escolar (BPEsc). Os manifestantes devem seguir até o Palácio República dos Palmares, no Centro. Os cortes O Ministério da Educação (MEC) bloqueou, no final de abril, uma parte do orçamento das 63 universidades e dos 38 institutos federais de ensino. O corte, segundo o governo, foi aplicado sobre gastos não obrigatórios, como água, luz, terceirizados, obras, equipamentos e realização de pesquisas. Despesas obrigatórias, como assistência estudantil e pagamento de salários e aposentadorias, não foram afetadas. [caption id="attachment_320254" align="aligncenter" width="600"] Protesto segue até o Centro de Maceió (Foto: Edilson Omena)[/caption] No total, considerando todas as universidades, o corte é de R$ 1,7 bilhão, o que representa 24,84% dos gastos não obrigatórios (chamados de discricionários) e 3,43% do orçamento total das federais. Ufal só tem como pagar as contas até setembro Com a política de menos dinheiro ainda em voga, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) também só possui capacidade de funcionamento pleno até a data de suas congêneres. De acordo com a reitora Valéria Correia, “A Ufal não foge à regra geral das outras 63 universidades. Muitas já fecharam seus serviços, seus R.U’s [Restaurante Universitário], por exemplo. Algumas com cursos que já pararam de funcionar. Nós ainda mantemos, sim, até setembro, se o desbloqueio não acontecer”, diz a reitora da Ufal em contato com a reportagem da Tribuna Independente. [caption id="attachment_320258" align="aligncenter" width="600"] Manifestantes seguem pela Fernandes Lima em sentido ao Centro de Maceió (Foto: Edilson Omena)[/caption]