Política

Defesa Civil não nega aviso da CPRM

Companhia reafirma ter avisado à Prefeitura de Maceió sobre a necessidade de desocupar bairro do Mutange em 2017

Por Texto: Carlos Amaral com Tribuna Independente 20/06/2019 09h31
Defesa Civil não nega aviso da CPRM
Reprodução - Foto: Assessoria
A Defesa Civil Municipal de Maceió não confirma nem nega ter recebido recomendação da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) em 2017 para desocupar o bairro do Mutange. Esta informação foi passada a vereadores por Thales Sampaio, responsável por estudas as causas de rachaduras e afundamento de bairros da capital alagoana, na terça-feira (18) e publicada na edição da Tribuna de quarta (19). Contudo, a assessoria da CPRM confirma o que foi dito por seu técnico aos membros da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara que investiga se as rachaduras são fruto de negligência da Braskem. “Em 2017, fizemos um mapa de risco em Maceió e mais de mil municípios e identificamos o Mutange como área de risco alto. Daí, orientamos a desocupação do bairro. Todos os órgãos municipais foram avisados na época. Agora, o fazemos novamente por causa da subsidência”, explica a assessoria de comunicação da CPRM. Em nota, a Defesa Civil Municipal trata apenas do alerta sobre o Mutange feito após os estudos sobre as rachaduras e que a Prefeitura de Maceió solicitou a inclusão das famílias residentes no bairro – com prioridade – no Minha Casa Minha Vida. “Após a recomendação da CPRM de realocação da área de encosta do Mutange – em audiência pública realizada em 8 de maio deste ano, a Prefeitura de Maceió solicitou a inclusão das famílias na Ajuda Humanitária e trabalha para inserir prioritariamente no programa habitacional Minha Casa Minha Vida”, diz a nota. Em 2017, fortes chuvas atingiram Maceió e desencadeou uma série de transtornos, inclusive com deslizamentos de barreiras. A Defesa Civil Municipal ressalta que o Plano Municipal de Redução de Risco (PMRR) aponta 76 áreas de risco na capital alagoana, identificados de níveis baixo, médio, alto e muito alto. “Após as chuvas de 2017 a CPRM fez avaliação nas áreas de risco da cidade com base no Plano Municipal de Redução de Risco, datado de 2007, e confirma as instabilidades das encostas, assentamentos precários e invasões identificadas no Plano”, diz a nota da Defesa Civil. Conforme publicado na edição desta quarta da Tribuna, o vereador Francisco Sales (PPL), presidente da CEI, adiantou à reportagem que irá cobrar da Prefeitura explicações sobre a desocupação do Mutange, uma vez que a recomendação ocorreu ainda em 2017.