Política

Moro fala no Senado sobre diálogos vazados em site

Audiência na CCJ começou às 9h20; com ampla presença de parlamentares da oposição

Por Veja 19/06/2019 13h03
Moro fala no Senado sobre diálogos vazados em site
Reprodução - Foto: Assessoria
Começou às 9h20 desta quarta-feira, 19, uma sabatina do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Pouco mais de dez dias após o site The Intercept Brasil vazar os primeiros diálogos que o envolvem, o ministro responde a perguntas de parlamentares, em audiência com ampla presença da oposição. https://www.youtube.com/watch?v=dVmb-9JMfzw Moro reafirmou o caráter ilícito com que os diálogos divulgados foram obtidos, mas disse não ter visto nenhuma irregularidade nos trechos das mensagens trocadas com o procurador Deltan Dallagnol, do Ministério Público Federal. O ministro disse na sabatina que há movimentos de um “grupo criminoso” para anular condenações na Lava Jato, impedir investigações e atacar as instituições. O ministro também classificou de “sensacionalista” a divulgação dos diálogos e sugeriu que o site The Intercept Brasil entregue o conteúdo das mensagens para serem verificadas pelas autoridades. “O veículo, se quer que esses elementos sejam utilizados, vamos dizer, para punição dos envolvidos por esses supostos graves desvios éticos, tem que apresentar esses elementos para que eles sejam examinados e verificados”, disse o ministro. Aos senadores, o ministro também disse que o contato de juiz com promotores e advogados é algo comum na rotina do Judiciário. “É uma interlocução informal, que é normal em qualquer fórum de justiça. O dado objetivo é demonstrativo de que não há nenhuma espécie de conluio: foram 44 recursos em cima de 45 sentenças. Qual é a convergência [com o MPF]? Não quer dizer que eu, absolvendo alguém, tenha conluio com advogado e que, condenado alguém, tenha conluio com o Ministério Público. Quem foi condenado, foi condenado com provas.” Ao responder o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), o ministro afirmou ter convicção de sua atuação se a íntegra das conversas forem divulgadas sem adulteração e acrescentou que a maioria de suas sentenças foram mantidas em instâncias superiores. Moro também contou ter entregue seu aparelho celular para perícia da Polícia Federal, mas que não interfere nas investigações. O juiz, entretanto, disse que não tem como disponibilizar as mensagens que foram trocadas porque parou de usar o aplicativo Telegram e já descartou seus aparelhos antigos. “Não me recordo se eu mandei mensagens há dois ou três anos. Eu posso ter mandado, qual é o problema?”, respondeu ao ser indagado pelo senador Angelo Coronel (PSD-BA) sobre uma mensagem em que diz confiar no ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal. “Eu confio no STF”, completou. Moro subiu o tom ao responder ao petista Rogério Carvalho (Sergipe) que perguntou se ele, quando era juiz, manteve contato com desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região para discutir processos e também afirmou que o ministro teria pago para passar por um treinamento para se preparar para a sabatina desta quarta. Moro rebateu dizendo que o senador fez acusações graves e que deveria apresentar as provas.