Política

"A população não tem a obrigação de se armar para se proteger", avalia governador

Governador de Alagoas falou da redução dos índices de violência durante coletiva de imprensa

Por Thayanne Magalhães 07/06/2019 11h23
'A população não tem a obrigação de se armar para se proteger', avalia governador
Reprodução - Foto: Assessoria
Até maio deste ano, Alagoas teve a menor redução de violência desde o ano de 2011. A informação foi passada pelo governador do estado, Renan Filho (MDB) durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (7). Em comparação com 2018, de janeiro a maio deste ano a violência caiu 23,5% em Alagoas e 29,3% na capital do estado, Maceió. Renan mostrou gráficos relacionados aos dados do Atlas da Violência do Fórum de Segurança Pública, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “O estado caiu cinco posições no ranking nacional em 2017, em comparação ao ano anterior, sendo a segunda maior redução do país. Fomos durante anos apontado como o estado mais violento do país. Em 2016 caímos para a segunda posição e em 2017 para sétimo. Estamos caminhando para sair da lista dos dez estados mais violentos”, afirmou. Renan Filho destacou a diminuição do número de assaltos a ônibus em Maceió. “São 280 mil pessoas andando de ônibus por dia e é muito significativo essa redução. No último mês foram registrados sete assaltos dentro de coletivos e queremos diminuir ainda mais esss número”, afirmou. Ainda nesta sexta o governador inaugura a 19ª Centro Integrado de Segurança Pública do Estado de Alagoas (Cisp) em Campo Alegre. “Os números mostram que os casos de homicídios diminuem em cidades com contam com a Cisp. São menores que as estatísticas do estado. Também estamos modernizando o armamento dos agentes da segurança pública para que os criminosos saibam que não estão mais bem armados que os policiais”, afirmou. O secretário da Segurança Pública, coronel Lima Junior, disse que o intuito do governo é aumentar ainda mais o efetivo das polícias e Bombeiros. “Mais 444 policiais militares estão nas ruas, além de 190 policiais civis e 84 novas viaturas. Tambem foram compradas duas mil pistolas do modelo mais moderno do mundo, o mesmo usado pela polícia dos Estados Unidos. Também estamos com um lote de fuzis americanos, que proporcionarão a realização e um trabalho ainda mais eficiente das polícias”, afirmou. Contra a posse de arma do cidadão Renan Filho reafirmou o que já tinha dito antes, que é contra a facilitação do posse de armas para o cidadão comum. “Estamos indo na contramão do resto do mundo quando liberamos armas para o cidadão comum. A população não teve ser responsável pela sua própria segurança. A posse e porte de armas só vai aumentar os índices de violência e isso todo o planeta sabe”, criticou. O governador de Alagoas também e mostrou preocupado com as propostas do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de mudar algumas leis de trânsito. “O Brasil é um dos países onde mais se morre no trânsito e o presidente querer tirar as multas de quem anda com criança sem cadeirinha e não manter a obrigatoriedade dos exames toxicológicos para motoristas profissionais, só vai aumentar os índices. É um retrocesso inaceitável. O motorista que cumpre as leis vai correr ainda mais o risco de ser atingido por um outro motorista que está dirigindo sob o efeito de drogas”, continuou. Negros assassinados Com relação à taxa de homicídios de negros em Alagoas, que já chegou a ser de 83 por grupo de cem mil habitantes, a maior do país e de toda a série histórica do Tlas da Violência até o ano de 2016, o governador destacou que esse índice vem reduzindo. Hoje o índice é de 67,9 por grupo de cem mil. De acordo com o Atlas, até 2014 Alagoas era o líder em assassinatos de negros. Desde o primeiro ano do governo de Renan Filho, esse indicador, segundo o chefe do Executivo, vem sendo reduzido. Entre 2012 e 2017, Alagoas ficou entre os onze estados brasileiros que registraram queda do índice. A redução foi de 11,4% no período, a maior da região Nordeste.