Política

MPE volta a denunciar prefeito de Campo Grande

Arnaldo Higino teria se aproveitado do cargo em benefício próprio e de sua família

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 06/06/2019 08h14
MPE volta a denunciar prefeito de Campo Grande
Reprodução - Foto: Assessoria
Afastado da Prefeitura de Campo Grande desde o ano passado, Arnaldo Higino Lessa (PRB) deve permanecer nesta condição, caso o Judiciário acate o pedido do Ministério Público do Estado (MPE), que já tinha sido responsável pela solicitação que culminou no primeiro afastamento do gestor no ano passado. Além de reiterar o pedido de afastamento, o procurador-geral de justiça do MPE, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, quer a prisão de Arnaldo Higino. No último dia 30, ele foi denunciado sob a acusação de ter utilizado de forma indevida, e em proveito próprio, bens e serviços públicos da prefeitura de Campo Grande. De acordo com a denúncia, o prefeito afastado, teria em outubro de 2017, se aproveitado do cargo para usar do maquinário pertencente ao município para fazer reparos na rua que dá acesso a imóvel de sua família. A acusação foi feita por Anderson da Vera Cruz (SD), vereador no município. Ele procurou o MPE para denunciar que havia recebido informações de que máquinas públicas estariam trabalhando em propriedade privada localizada na cidade vizinha, Girau do Ponciano. Indo até lá, constatou que a máquina da prefeitura de Campo Grande de fato estava fazendo serviços particulares do então prefeito. Preso em flagrante em 24 de novembro de 2017, Arnaldo Higino teve a prisão substituída, em dezembro de 2017, durante plantão judiciário, por medidas cautelares alternativas. Ao solicitar a reconsideração da decisão que libertou Arnaldo Higino, o MPE alegou que as medidas alternativas impostas não seriam eficazes. O órgão ministerial informou que, logo após ter a liberdade concedida, o prefeito, mesmo afastado, suspendeu o pagamento do 13º salário dos servidores, ocasionando a paralisação das atividades do município. Com base nesse crime, o procurador-geral de justiça requereu ao Poder Judiciário a perda do cargo de Arnaldo Higino, bem como a sua prisão preventiva. Atualmente, o município é administrado por Igor Higino, filho de Arnaldo e eleito vice em sua chapa na eleição de 2016. A reportagem da Tribuna procurou o advogado do gestor afastado, Fábio Ferrário, para repercutir o novo pedido do MPE. Ele disse não ter conhecimento sobre o fato. O advogado informou ainda que há uma determinação da Justiça para que Arnaldo Higino retorne para o cargo de prefeito.