Política

Deputados estão confiantes em aprovação de bebidas nos estádios pelo governador

Parlamentares Bruno Toledo e Davi Maia criticam intromissão do MPE e Igreja na discussão do projeto na Casa

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 22/05/2019 08h41
Deputados estão confiantes em aprovação de bebidas nos estádios pelo governador
Reprodução - Foto: Assessoria
Após a aprovação do projeto de lei que permite a venda e consumo de bebida alcoólica em eventos desportivos de Alagoas, a expectativa dos parlamentares defensores da liberação das bebidas nos estádios é para que o governador Renan Filho (MDB) sancione o projeto. A matéria foi aprovada por 12 votos a favor e seis contra na última quinta-feira (16) em sessão extraordinária da Assembleia Legislativa do Estado (ALE). Os deputados Bruno Toledo (Pros), autor do projeto, e Davi Maia (DEM), relator da matéria, disseram estar confiantes que o governador mantenha o que foi aprovado pelo Legislativo. Em caso de veto, segundo os parlamentares, a Casa tem votos o suficiente para derrubar o que fora rejeitado pelo chefe do Executivo. Para Bruno Toledo, o mais viável neste momento é a sanção governamental para que não seja preciso uma mobilização para a derrubada do veto na ALE. “Por mais que seja uma matéria que gere algum tipo de polêmica, discussões de ambos os lados, se tirarmos apenas as pessoas que frequentam os estádios, que esses sim que precisam ser ouvidos, aí tenho certeza que o resultado é da esmagadora maioria favorável a essa liberação. Até porque não é uma liberação só por liberar. Estamos criando critérios que tenham o cuidado e controle para que os objetos e recipientes de bebidas não venham a ser utilizados para ferir outras pessoas. Não acreditamos que uma bebida moderada torne o cidadão delinquente ou violento”. IGREJA Questionado sobre a nota de repúdio emitida pela Província Eclesiástica de Alagoas ao Projeto de Lei de sua autoria, como também o posicionamento do Ministério Público Estadual (MPE), que recentemente reforçou ser contrário ao comércio de bebidas alcoólicas em estádios de futebol, o deputado Bruno Toledo disse que as discussões acerca da violência já se tornaram uma grande falácia e que tem dados precisos que mostram que não há aumento da violência nos locais que a venda da bebida está regulamentada. Para rebater o MPE, o parlamentar citou o exemplo do que ocorreu no Paraná esta semana, quando o Tribunal de Justiça do estado derrubou uma liminar que proibia os efeitos de uma lei parecida com a que ele propôs na ALE. No mesmo sentido que Bruno Toledo, o deputado Davi Maia também acredita que se caso o projeto seja vetado pelo governo, a Casa tenha quórum para derrubar o veto. Ele disse ver com tristeza o fato do MPE se intrometer nessa matéria e por fim pede que o arcebispo de Maceió respeite a Assembleia Legislativa. “Primeiro você vê o Ministério Público querendo legislar. Isso é função da Assembleia. Segundo, você vê bispos com uma carta de repúdio. Bispo nenhum veio conversar com a gente aqui na ALE e repudiar é uma coisa muito forte para se juntar todos os bispos do estado e fazer isso. Então, quer dizer que qualquer coisa que a gente venha a fazer, vai ter que procurar o bispo para saber qual posicionamento a tomar? E estou falando aqui como um cidadão que é cristão católico apostólico romano e frequentador da igreja. Acho que cada um tem que estar no seu quadrado. O bispo respeite essa Casa porque o que faltou a ele foi respeito”. MUDANÇA DE POSTURA Chamou atenção na votação do segundo turno para a aprovação do projeto de lei a mudança de pensamento do deputado e líder do governo na ALE, deputado Silvio Camelo (PV).  Ele que é conselheiro do CSA vinha se mostrando a favor da liberação das bebidas nos estádios, mas na última quinta-feira (16) acabou votando contra o projeto. Segundo ele, a mudança de seu posicionamento teve relação com uma nota da Igreja Católica e do Movimento da Não Violência pedindo que os deputados votassem contra o projeto. O deputado explicou ainda que não conversou com o governador Renan Filho sobre a sanção ou veto da matéria, destacando que deixará o Chefe do Executivo a vontade para tomar sua decisão.