Política

Governo do Estado e OAB repudiam incentivo a turismo sexual

Para presidente da Comissão Especial da Mulher da autarquia em Alagoas, discurso de Bolsonaro constrói preconceitos

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 30/04/2019 08h04
Governo do Estado e OAB repudiam incentivo a turismo sexual
Reprodução - Foto: Assessoria
A recente fala do presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante uma entrevista coletiva, de que “turistas podem vir ao Brasil e ficar à vontade para fazer sexo com mulher” tem sido alvo de críticas por parte de diversos políticos do país, como também de entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e movimentos que representam a diversidade. O Nordeste é destaque como destino turístico e por isso quase todos os governos da região também se manifestaram contra a fala de Jair Bolsonaro. O Governo do Maranhão rebateu por meio de uma publicidade na internet a declaração destemperada do presidente que de forma machista faz apologia ao turismo sexual. Em Alagoas, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo de Alagoas (Sedetur) usou as redes sociais para protestar contra a fala de Bolsonaro. A postagem trazia a seguinte mensagem: “Alagoas está à disposição dos Turistas. A mulher alagoana, não! Diga não à apologia ao turismo sexual.” Até o fechamento desta edição o perfil oficial do Governo do Estado não havia se manifestado. À Tribuna, a assessoria de comunicação da secretaria Municipal de Turismo de Maceió (Semtur) disse que seria um tanto delicado qualquer posicionamento institucional sobre isso e explicou ainda que a atuação do secretário Jair Galvão não é na esfera política, muito menos federal, para repercutir uma declaração tão polêmica. A OAB em Alagoas também se manifestou através da Comissão Especial da Mulher, a qual repudia todo e qualquer incentivo ao turismo sexual. À Tribuna, a presidente da Comissão, Anne Caroline Fidélis ressaltou que qualquer fala que estimule a sexualização dos corpos femininos e o turismo com conotação sexual deve ser amplamente repudiada. “Vale dizer que Alagoas é um estado turístico e, obviamente, qualquer turismo que venha com o objetivo de exploração sexual não é bem vindo. Vale dizer ainda que de acordo com o Disque 100, somente em 2017, foi denunciado pelo menos um caso de crime sexual a cada seis minutos. Além disso, a imagem do Brasil já é, internacionalmente, associada à sexualidade, sendo irresponsável qualquer discurso que aprofunde esta fama construída em cima de preconceitos e equívocos”. A reportagem da Tribuna tentou contato com a Frente Parlamentar da Mulher da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), mas as deputadas não retornaram até o fechamento desta edição.