Política

MPE cobra respostas da Equatorial sobre apagões

Audiência pública foi realizada na segunda-feira (15) para ouvir planos e metas da empresa para Alagoas

Por Texto: Carlos Amaral com Tribuna Independente 16/04/2019 14h26
MPE cobra respostas da Equatorial sobre apagões
Reprodução - Foto: Assessoria
Para buscar saber quais os planos da Equatorial Energia para melhorar sua prestação de serviços, principalmente para evitar os apagões em escolas e hospitais, após assumir o comando da Ceal, o Ministério Público Estadual (MPE) realizou na segunda-feira (15) uma audiência pública com representantes de prefeituras, da própria Equatorial e da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) na sede do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça (Caop). O resultado do encontro é que daqui a 30 dias – em 15 de maio – uma nova reunião será realizada para que a empresa apresente seu plano de investimentos com vistas a evitar as quedas de energia elétrica em Alagoas e o que já foi feito neste sentido. Carlos Morais, gerente de relacionamento com o cliente da Equatorial Energia, garante que a empresa já possui um plano de manutenção sendo executado. “Assumimos a empresa no último dia 18 de março e a encontramos numa situação muito complicada do ponto de vista financeiro, mas iremos fazer um plano de obras estruturantes em todo o estado. Nesse momento nossos técnicos e engenheiros então em campo analisando a situação de rede, subestações e algumas inspeções estão sendo feitas por termovisão para possamos desenvolver obras e melhorar a qualidade do fornecimento de energia”, diz Carlos Morais. O procurador-geral de Justiça Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, na abertura da audiência elencou uma série de transtornos causada pelas quedas de energia nas últimas semanas, inclusive, na própria sede do MPE, o que gerou atrasos em alguns procedimentos do órgão. O chefe do MPE questionou a empresa sobre planos, metas, prazos, equipes para atendimento e se a realidade da Ceal era desconhecida por seus compradores, já que alegavam não dominar, de fato, a situação da distribuidora de energia elétrica alagoana. “Concedemos um prazo de 30 dias para que a empresa nos apresente esse documento. E, enquanto isso, pedimos prioridade absoluta na regularização do serviço em escolas, hospitais e no abastecimento de água na capital e no interior. Recebemos, por exemplo, denúncias de que várias unidades de ensino estão suspendendo aulas em razão da falta de energia e isso não pode continuar acontecendo”, diz Alfredo Gaspar após a audiência. Quem também participou do encontro foi o promotor de justiça Max Martins, da Promotoria de Defesa do Consumidor. Ele destaca que o serviço de energia elétrica é bem essencial e por isso deve ser contínuo. “Também pedimos explicações sobre o plano de reparação de danos, já que a empresa é responsável pelos prejuízos aos consumidores”, comenta o promotor. Empresa alega ainda tomar ciência sobre real situação da Ceal O principal argumento aresentado pela Equatorial foi o de que ela ainda está tomando ciência plena da real situação estrutural da Ceal. Questionada se comprou a distribuidora de energia alagoana às cegas, seus representantes afirmam que o que sabiam era apenas o que constava nos relatórios, mas que, mesmo assim, uma série de ações para minimizar os problemas estava em andamento. Segundo Carlos Morais, os problemas mais encontrados pela Equatorial na estrutura da Ceal a revisão de “algumas redes, fazer reforço em algumas subestações, alguns sistemas que precisam ter aplicação de recursos, e alguns transformadores”. O gerente da empresa também garante que há equipes suficientes para atender as demandas que venha a surgir por conta da quadra chuvosa que está próxima de iniciar em Alagoas. “A empresa sempre tem um plano de manutenção com turmas e equipes posicionadas para ocorrências de emergência, bem como essas obras estruturantes estão sendo realizadas”, comenta Carlos Morais. CHESF A Chesf também foi cobrada pelas quedas de energia elétrica e, durante a audiência, informou que os apagões ocorreram devido à explosão de transformadores, cuja marca é usada pela Companhia há 30 anos. PREFEITURAS Algumas prefeituras estiveram presentes à audiência para relatar problemas causados pelos apagões em suas cidades. Houve relatos de 12 horas sem energia elétrica ou de quatros quedas por dia, caso de Pilar. Todos os representantes dos municípios reclamaram dos prejuízos causados no comércio e, muitos deles, no fornecimento de água causados pelas interrupções do serviço.