Política

Sucessão de Rui já tem articulações

Alguns nomes já se apresentam como possíveis postulantes na disputa pela Prefeitura de Maceió nas eleições do próximo ano

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 07/03/2019 07h57
Sucessão de Rui já tem articulações
Reprodução - Foto: Assessoria
Embora ainda reste ao prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), quase dois anos de administração, a eleição de 2020 já pauta a política da capital alagoana. No que diz respeito à sucessão em Maceió, a corrida já está sendo preparada nos bastidores com vários postulantes se articulando para terem seus nomes lembrados até o próximo pleito. Pretendendo ser candidato do prefeito, o presidente da Câmara de Maceió, Kelmann Vieira (PSDB), já disse em algumas ocasiões que topa sair candidato – a depender da conjuntura partidária –, a prefeito de Maceió na eleição do ano que vem. Rui Palmeira, por sua vez, já demonstrou que confia no vereador. O vice de Rui, Marcelo Palmeira (PP) quer suceder o tucano e para isso conta com o apoio do deputado federal Arthur Lira (PP). Um fato negativo para as pretensões de Marcelo foi a derrota de seu padrasto, o ex-senador Benedito de Lira (PP). [caption id="attachment_284664" align="alignleft" width="640"] Kellman Vieira (Foto: Sandro Lima)[/caption] [caption id="attachment_284663" align="alignright" width="640"] JHC (Foto: Adailson Calheiros)[/caption] [caption id="attachment_284665" align="aligncenter" width="427"] Marcelo Palmeira (Foto: Sandro Lima)[/caption] Do grupo do governador Renan Filho, ainda não se tem um nome, principalmente depois da derrota de Cícero Almeida em 2016. Os comentários dos bastidores são de que o chefe do Executivo pode apostar na candidatura de Maurício Quintella (PR), que assumiu recentemente a Secretaria de Estado da Infraestrutura. Na última eleição, Maurício tentou uma das vagas no Senado, mas acabou derrotado. Quintella foi deputado federal até janeiro deste ano. Outro nome que vem sendo ventilado dentro do Palácio República dos Palmares é o do deputado federal Marx Beltrão (PSD). Ele quase permaneceu em Alagoas para assumir uma das secretarias do Estado e assim ficar mais próximo do eleitorado de Maceió, mas acabou não dando certo e ele assumiu a coordenação da bancada federal de Alagoas em Brasília. Terceiro lugar nas eleições de 2016, o deputado federal JHC (PSB) surge como um dos nomes fortes para a disputa, tendo em vista o pleito do ano passado no qual foi o deputado federal mais votado proporcionalmente do país. O parlamentar não esconde de ninguém que o seu desejo é administrar a capital de Alagoas. projeção “Onda Bolsonaro” pode beneficiar o PSL em 2020   [caption id="attachment_284666" align="aligncenter" width="480"] Flávio Moreno foi candidato ao Senado, porém não obteve êxito (Foto: Sandro Lima)[/caption] A reportagem da Tribuna Independente consultou o cientista político Ranulfo Paranhos. Ele fez uma avaliação do atual cenário político na disputa pela Prefeitura de Maceió. Ranulfo acredita que se a disputa fosse hoje o candidato indicado pelo PSL, Flávio Moreno, entraria na disputa, pois segundo ele, do ponto de vista teórico, os partidos do presidente e também do governador jogam peso e fazem diferença num pleito. “Nesse caso, um candidato do PSL pode oferecer concorrência, apesar de ser um nome desconhecido. Agora, como a eleição é em 2020, o candidato do PSL, depende de como o governo Bolsonaro se encontrará. Um governo que conseguiu passar a reforma da Previdência, que conseguiu passar o dever de casa em relação à economia, que tenha reduzido as taxas de desemprego, teria consequentemente, um candidato competitivo. Se nada disso for feito, aí o candidato é um ‘Zé Ninguém’ e um partido desestruturado. Outra coisa é: o PSL continuará sendo o partido do presidente em 2020? Se sim, ok. Se não, se continuar esse cenário de incerteza, um partido que está desorganizado, com problema na justiça pós-eleição, pode jogar peso para 2020 e acabar com a onda PSL”. Vale destacar que o nome cotado do PSL é do policial federal Flávio Moreno, que obteve em 2018 142.757 votos na disputa pelo Senado. PP/PSDB Paranhos também comenta sobre a situação de Marcelo Palmeira, atual vice-prefeito de Maceió. O cientista político entende que pelo acordo traçado entre Rui Palmeira e o PP nas eleições de 2018, o tucano não era nem para ser prefeito hoje. A expectativa era de que o chefe do Executivo Municipal saísse para disputar o Governo de Alagoas, o que não ocorreu. “Era para o Marcelo ser o atual prefeito e estar cumprindo mandato em nome do PP. Vai ter fôlego até lá? O Benedito de Lira perdeu o Senado. O Arthur Lira ainda é um nome hoje que tem peso. O PP é um partido ainda importante no estado? Muita gente não sabe, mas vai para disputa”. Para Ranulfo, o candidato que ele apostaria que pode crescer é o deputado federal JHC. Ele explica que a aliança com o senador Rodrigo Cunha pode ser o diferencial e lembra que JHC quase foi pra o segundo turno há dois anos. “Cometeu algumas bobagens em alguns pronunciamentos que tiraram muitos votos dele. Aquela história de educação integral, tablet, ficou muito confuso quando estava falando de educação. Então, o eleitorado não gostou. Mas, eu acho que ele pode fazer uma campanha auxiliado pelo Rodrigo Cunha e pode ser que dê certo. Ele foi reeleito, bem votado na capital. Se desligou da imagem do pai e o PSB não está num bom momento, mas ele pode fazer uma diferença”. MDB pode ter dificuldades para encontrar candidato à prefeitura   Por parte do Palácio da República dos Palmares, o cientista político Ranulfo Paranhos avalia que o governo estadual, apesar de ter a maior máquina pública, não conseguiu eleger Cícero Almeida. O próprio Almeida, inclusive, não conseguiu ser eleito para uma das 27 vagas de deputado estadual no ano passado. Ranulfo destaca que do MDB a ‘estrela’ é o governador Renan Filho e que por isso o partido tem essa dificuldade de encontrar um nome para a Prefeitura de Maceió. “Essa máquina do Renan Filho mostrou que o Renan é o nome, que ele é o diferencial, sendo reeleito primeiro turno e com boa aceitação. O MDB é grande no estado, mas o partido precisaria de um nome para a capital. E a gente não sabe. É uma incógnita se eles vão conseguir construir um nome este um ano. Não estou vendo isso. E que pode ser um problema de novo para o MDB tentar fazer candidato competitivo. A gente está apostando aqui em competição. Não sei se o MDB vai ter essa capacidade. Mesmo com a máquina do estado. Aí não consigo identificar nenhum secretário de estado que seja indicado pelo governador para ser um candidato competitivo frente a esses nomes que estão se colocando aí”. [caption id="attachment_284672" align="aligncenter" width="427"] Cícero Almeida tentou voltar ao posto de prefeito de Maceió e perdeu (Foto: Sandro Lima)[/caption] DIFICULDADES De acordo com o cientista político ouvido pela reportagem da Tribuna Independente, o candidato que tiver o apoio de Rui Palmeira pode sofrer em caso de má avaliação da gestão tucana. “O Rui, como sendo o cara que vai colocar a mão e dizer que esse é o meu candidato e aqui eu espero que vocês votem nele, me parece que não faz muito sentido. Não faz muito sentido porque o Rui Palmeira é apático enquanto persona política. O PSDB entrou meio que em decadência a partir da última eleição. O Rui não disputou o governo e se manteve na prefeitura. E no cenário atual, a cidade não é lá esse brinco como a turma costuma chamar. Acho que teria dificuldade hoje”. Ranulfo fez ainda uma análise sobre o que se projeta para eleição 2020 na capital alagoana. O cientista entende que resta saber se o modelo de campanha que saiu vitorioso nas eleições presidenciais pode ser replicado para uma eleição municipal, o que para ele seria o ‘modelo Bolsonaro das redes sociais’.