Política

“Braskem deve suspender atividades em bairros”, diz vereador

Proposta de vereador levanta polêmicas sobre atuação da empresa no Pinheiro e Bebedouro

21/02/2019 08h17
“Braskem deve suspender atividades em bairros”, diz vereador
Reprodução - Foto: Assessoria
Um pedido do vereador Francisco Sales (PPL) para a suspensão das atividades da Braskem no bairro do Bebedouro e do Mutange provocou polêmica na sessão de ontem, na Câmara de Maceió. Ele, que deve ser o presidente da CEI (Comissão Especial de Inquérito), explicou que na vistoria, feita na ontem, junto ao CPRM- Serviço Geológico do Brasil e a Defesa Civil Municipal no bairro do Bebedouro foi possível identificar os danos causados pelo tremor também naquela região. “Fomos em aproximadamente 40 casas e a gente vê que os problemas não estão localizados apenas no bairro do Pinheiro, mas também no Bebedouro e no Mutange”, pontuou. Sales já conseguiu alguns posicionamentos favoráveis,  a exemplo do vereador Galba Netto (MDB) e Siderlane Mendonça (PEN). Contudo, os vereadores Chico Filho (PP) e o novo líder do prefeito, Samyr Malta (PSDC) foram contrários ao pedido de Sales. Segundo Chico Filho, não se sabe o que está acontecendo naquele bairro, e interromper as atividades da Braskem é criar um problema econômico para o Estado e Maceió. “A cadeia produtiva do plástico representa 22% da economia do Estado e para o município ultrapassa os 30%, se suspender as atividades no Bebedouro e Mutange fecha a Braskem”, falou. Ele citou ainda que os quase R$ 3 bilhões que a prefeitura tem de orçamento com a suspensão das atividades haverá uma redução de 30% e cerca de 20 mil desempregados e que como vereador, não pode pedir a paralisação da empresa sem um documento oficial responsabilizando a Braskem pelos tremores e problemas geológicos do Pinheiro ou em qualquer outro bairro de Maceió. “O problema não é tão simples. Se houver um documento oficial apresentado a esta Casa dando conta de que existem indícios de que a Braskem possa ser responsabilizada, eu subscrevo qualquer requerimento pedindo a prisão dos diretores da Braskem, assim como a paralisação imediatada da empresa”, garantiu. Siderlane defende investigação ágil [caption id="attachment_281529" align="aligncenter" width="640"] Siderlane Mendonça diz que não existem informações concretas (Foto: Edilson Omena)[/caption] Em paralelo à discussão da suspensão das atividades da Braskem, a Comissão Especial de Inquérito (CEI) foi proposta na Câmara de Vereadores de Maceió para encontrar as causas do problema do bairro do Pinheiro. Composta pelos vereadores Francisco Sales (PPL), que assumiu a presidência, Luciano Marinho (Podemos)  relator, Galba Netto (MDB), Zé Márcio Filho (PSDB) e Silvânia Barbosa (PRTB) um dos objetivos da CEI é combater as informações falsas (fake news) e melhorar a comunicação com a comunidade. O presidente já adiantou que a investigação deve ocorrer com agilidade, inclusive ouvindo a Braskem, que a priori tem sido supostamente responsabilizada pelos danos no Pinheiro. Siderlane Mendonça (PEN) lembra que o papel da Câmara é investigar e buscar as informações necessárias para a população. “Ninguém passa uma informação mais concreta até mesmo para nós vereadores, então a importância da CEI é verificar quem são os culpados, apurar os fatos e trazer tranquilidade para os moradores daquela região”. Chico Filho (PP) diz que a CEI é um instrumento para que os vereadores tomem conhecimento da situação porque nenhum deles têm conhecimento técnico para apurar as causas dos problemas geológicos do Pinheiro. “Nós temos 52 geológicos em Maceió trabalhando há cinco meses e até agora não tem resposta e não é a CEI que vai tê-la”, comentou. E muito claramente, ele diz que a Comissão ao tomar conhecimento dos fatos e se houver a indicação de culpados caberá a Câmara fazer a cobrança junto as autoridades a responsabilização deles, “não mais do que isso”, afirmou. O líder do governo, Samyr Malta (PSDC) reconhece a legitimidade da Comissão e acredita que ela é o instrumento que vai ajudar a Casa para dar as respostas para a população do bairro. Quem também acredita que este seja o melhor instrumento para tranquilizar a população é a vereadora Fátima Santiago (PP). “O efeito está aí visível, o que precisamos é procurar as causas. A CEI tem o papel de fiscalizar o trabalho que tem sido feito pelos órgãos, vamos ter acesso a estas informações e dar uma reposta a população que está cansada de esperar porque já faz um ano e até agora não se tem explicação para o problema. Vamos cobrar agilidade”, disse.