Política

Baixinho Boiadeiro reaparece e é preso pela PC

Filho de Neguinho Boiadeiro decidiu se entregar somente agora porque estava sendo ameaçado de morte após divulgação de vídeo

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 05/02/2019 08h42
Baixinho Boiadeiro reaparece e é preso pela PC
Reprodução - Foto: Assessoria
A 8ª Vara Criminal da Capital iria conduzir normalmente nesta segunda-feira (4) o julgamento de três réus acusados de matar o sargento da Polícia Militar Edivaldo Joaquim de Matos e Samuel Theomar Bezerra Cavalcante Júnior, em maio de 2006, no município de Batalha, mas a surpresa se deu com a presença de um dos denunciados, José Márcio Cavalcante de Melo, o Baixinho Boiadeiro, que era considerado foragido da Justiça. O julgamento ocorre no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro. Com a notícia do surgimento de Baixinho, os delegados Fábio Costa e Thiago Prado, responsáveis pela investigação do assassinato de Tony Pretinho e membros da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), foram até o Fórum de Maceió para fazer cumprir o mandado de prisão contra até então foragido da Justiça. A prisão ocorreu no intervalo do julgamento, mas ele deve se apresentar apenas após o resultado da sentença. À Tribuna, a advogada responsável pela defesa de Baixinho, Mabylla Loriato, disse que seu cliente já queria se entregar, mas que devido a sua segurança, seus advogados resolveram apresenta-lo durante o julgamento. A advogada confirmou que esteve em dezembro do ano passado no Ministério da Justiça e Segurança Pública, além do Ministério dos Direitos Humanos para protocolar um pedido de segurança de Baixinho Boiadeiro. “No dia 24 de dezembro houve a manifestação da Segurança Pública, encaminhando para o Conselho do Ministério Público para que eles acompanhem a situação do Baixinho. Aguardamos o retorno do recesso e como tinha o júri, aí pra não ficar transportando ele para lá e cá, nós preferimos apresentar ele no júri e após o julgamento ele vai se apresentar para cumprir os mandados”. No julgamento, durante o seu interrogatório, Baixinho Boiadeiro citou os casos que vêm sendo acusado e mais uma vez garantiu ser inocente. Por alguns instantes, o promotor de Justiça, Antonio Vilas Boas, que faz parte da acusação, parecia estar na apreciação dos processos referentes à morte de Tony Pretinho e a troca de tiros entre Baixinho Boiadeiro e José Emílio Dantas, por diversas vezes questionar o interrogado sobre esses fatos. Em um dos momentos, Baixinho respondeu que estava foragido porque estava com medo de morrer por ter denunciado um esquema na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), que teria sido praticado por membros da família Dantas. “Estava foragido porque eu denunciei o esquema da Assembleia, que foi o motivo do meu pai ter sido morto. E tinha várias pessoas querendo me matar. Quando eu denunciei, vários áudios vazaram dizendo que meu corpo era pequeno pra quantidade de bala que eu ia levar. Eu me resguardei e só quis me apresentar na hora certa.”