Política

Deputados não abrem mão de Marcelo Victor para presidir ALE

Renan Filho demite nomes ligados a parlamentares que não votam em Olavo Calheiros

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 08/01/2019 08h39
Deputados não abrem mão de Marcelo Victor para presidir ALE
Reprodução - Foto: Assessoria
Ao que parece a eleição para a mesa diretora da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), a ser realizada em 1º de fevereiro, está definida em torno do nome do deputado Marcelo Victor (SDD). No último domingo (6), 21 parlamentares voltaram a se reunir no sítio do deputado Bruno Toledo (PROS), em Marechal Deodoro. Do outro lado da disputa está Olavo Calheiros (MDB), tio do governador Renan Filho (MDB). O primeiro encontro – divulgado – dos 21 parlamentares ocorreu na semana passada e, após divulgação de uma foto da reunião na sexta-feira (4), Renan Filho deu início a uma série de exonerações, inclusive no primeiro escalão, ainda na sexta à noite. Os secretários exonerados são Mellina Freitas, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult); e Fernando Pereira, da Secretaria de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), ligados a Inácio Loiola (PDT) e a Jó Pereira (MDB), respectivamente. Mas as demissões não ficaram só por aí, também deixaram de fazer parte da equipe do Governo do Estado nomes indicados por parlamentares na Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal). São eles: Osmar Lisboa, então vice-presidente de Gestão de Engenharia, cunhado do deputado estadual Inácio Loiola; Francisco Beltrão, vice-presidente de Gestão Operacional; e Jorge Galvão, vice-presidente de Gestão Corporativa. Os dois últimos indicados por Marx Beltrão (PSD), cujo irmão Ivan, eleito deputado estadual, também participou das reuniões. Segundo Renan Filho, as mudanças não têm relação com a disputa na ALE, mas sim a configuração de um grupo político para governar “sem sobressaltos”. “Começamos as mudanças no ano passado. Estou observando, logicamente, o resultado das últimas eleições, a formação de um amplo grupo político para administrar Alagoas com tranquilidade nos próximos anos. Tudo influencia, capacidade técnica, necessidade de seguir esse ou aquele caminho, e a formação de um grupo para administrar Alagoas sem sobressaltos”, diz o governador. Renan adianta que a quantidade de secretarias de seu segundo mandato ainda será definida. “Até o final do mês vou identificar com quantas secretarias vamos ficar e, a partir daí, ter um olhar mais definitivo acerca das secretarias de Estado”, completa o governador. Davi Maia: “base não indicará cargos”   Mesmo a possibilidade de derrota do governador na eleição da ALE ser iminente, o grupo encabeçado por Marcelo Victor não deverá ser de oposição. Ao menos é o que afirmam Davi Maia (DEM) e Inácio Loiola. “Com raríssimas exceções, o grupo de apoia o deputado Marcelo Victor, apoia o governador Renan Filho incondicionalmente. Já o apoiamos na sua primeira eleição e governo, apoiamos na sua segunda eleição e pretendemos apoiar no seu segundo governo”, diz o pedetista que não comentou as exonerações de Mellina Freitas da Secult e Osmar Lisboa da Casal. Já Davi Maia, à Tribuna, reforça que, apesar de ser oposição ao governador, o grupo não tem esse viés. Contudo, ele acredita que a relação entre Palácio República dos Palmares e Casa de Tavares Bastos sofreu algum abalo. [caption id="attachment_271451" align="aligncenter" width="640"] Deputado Davi Maia avalia que o governo não poderia apostar no nome de Olavo Calheiros (Foto: Assessoria)[/caption] “No grupo, fechado com o Marcelo Victor, tem de base de apoio a independentes e lá não se discutiu fazer oposição ao governador, apesar de eu ser da oposição. Mesmo assim, acredito que a relação vai precisar ser repactuada, uma vez que houve uma ingerência em outro poder”, analisa Davi Maia. “Inclusive ficou acertado de os parlamentares, por enquanto, da base não indicarem nomes para compor o Governo do Estado”, completa. O deputado também critica a escolha de Olavo Calheiros para presidir a Assembleia Legislativa. “O governador tem uma ampla base de apoio, então por que escolher logo o tio para presidir o Legislativo? Não tinha outro nome?”, diz Davi Maia.