Política

Em entrevista, Queiroz diz que compra e venda de carros geraram 'movimentações atípicas'

Ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) concedeu entrevista ao SBT

Por Correio Braziliense 26/12/2018 20h55
Em entrevista, Queiroz diz que compra e venda de carros geraram 'movimentações atípicas'
Reprodução - Foto: Assessoria
Fabrício Queiroz, o motorista e ex-assessor de Flávio Bolsonaro, senador eleito pelo PSL no Rio de Janeiro e filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, concedeu entrevista ao SBT e afirmou que parte do valor de R$ 1,2 milhão que foi movimentado é resultado de negócios que incluem compra e venda de carros. "Eu sou um cara de negócios, eu faço dinheiro, compro, revendo, compro, revendo, compro carro, revendo carro, sempre fui assim", justificou Queiroz. Ele afirmou ainda que, juntando o salário como assessor no gabinete de Flávio Bolsonaro, na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), e ainda uma remuneração como policial, seus rendimentos por mês ficavam próximos de R$ 24 mil. O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), orgão que pertence ao Ministério da Fazenda, caracterizou como "atípicas" movimentações que somavam R$ 1,2 milhão em um intervalo de 13 meses na conta bancária de Queiroz. Entre essas, foi identificado um depósito do ex-assessor no valor de R$ 24.000 na conta de Michelle Bolsonaro, futura primeira-dama. Sobre o tema, Queiroz disse que nunca depositou essa quantia, e sim o pagamento de uma dívida que tinha com Jair Bolsonaro, no valor de R$ 40 mil. Em entrevista ao veículo de comunicação, Queiroz disse que não se "falava em dinheiro" dentro do gabinete. "Isso é uma covardia. Eu não sou laranja, eu sou homem trabalhador", disse. Apesar de ter trabalhado para Flávio, o motorista disse que não tem tido contato com ele. Queiroz também garantiu que quer explicar a movimentação ao Ministério Público, mas que está cuidando da saúde após ter sido constatado um câncer no intestino. Ele alegou o mesmo problema de saúde para não comparecer ao depoimento ao Ministério Público, em 19 e 21 deste mês. Quando questionado, o motorista não detalhou a origem dos depósitos. "Isso é o que eu quero explicar ao MP", afirmou.