Política

Delação de Cabral assusta poder judiciário do Rio

O ex-governador do Rio, condenado a 197 anos de prisão, leva estresse inédito ao sistema judicial fluminense

Por Brasil 247 24/12/2018 08h15
Delação de Cabral assusta poder judiciário do Rio
Reprodução - Foto: Assessoria
A opção de Sérgio Cabral - ex-governador do Rio condenado a 197 anos de prisão - em fazer delação premiada e apontar nomes dentro do Ministério Público ligados a esquemas de corrupção, leva estresse inédito ao sistema judicial do Rio de Janeiro. O advogado João Bernardo Kappen, o MPF (Ministério Publico Federal) e a Procuradoria-Geral da República iriam negociar os termos, mas outro escritório vai assumir o caso. Não foi a única baixa. O advogado Rodrigo Roca, que assumiu as ações em meados de 2017, resolveu também deixar o caso. A reportagem do jornal O Globo destaca que o "filho de Cabral, Marco Antônio Cabral não respondeu aos contatos da reportagem para falar sobre as alterações na defesa. Entre as promessas do ex-governador, estão revelações sobre corrupção no Poder Judiciário e entre ex-integrantes do alto escalão do Ministério Público do Estado do Rio — o ex-procurador-geral de Justiça Cláudio Lopes chegou a ser preso sob a acusação de receber uma mesada para proteger o ex-governador." Além desses nomes de efeito devastador para o Poder Judiciário, Cabral quer revelar outro lote de informações potencialmente explosivas: "também está no cardápio a confissão sobre a compra de votos para a organização dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. O esquema já foi alvo do MPF na Operação Unfair Play — Cabral é réu no processo —, e a possível nova postura sobre os Jogos representaria uma mudança brusca em relação a outras declarações dele sobre o tema." A matéria do jornal O Globo ainda explica como a delação de Cabral pode se dar e com base técnica no quê ela foi concebida: "a possível delação representa uma nova alteração na estratégia de defesa de Cabral, cujas penas somadas na Lava-Jato já ultrapassam 197 anos. No início, o ex-governador negava ter cometido qualquer crime; depois, passou a admitir que usou para fins pessoas recursos de caixa dois de campanhas eleitorais; recentemente, decidiu ficar em silêncio nos depoimentos — na semana passada, uma audiência da Operação Ponto Final foi adiada após Cabral e outro réu informarem que não responderiam às perguntas."