Política

PF realiza operação contra fraude em licitações em prefeituras de Alagoas

Ao todo, 42 mandados de busca e apreensão e 3 de prisão preventiva estão sendo cumpridos

Por Tribuna Hoje com assessoria 27/11/2018 08h14
PF realiza operação contra fraude em licitações em prefeituras de Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
  [ATUALIZADO ÀS 12H57] A Polícia Federal (PF) em Alagoas deflagrou na manhã desta terça-feira (27) uma operação contra fraudes em licitação em prefeituras alagoanas. Ao lado da Receita Federal e da Controladoria Geral da União (CGU), 42 mandados de busca e apreensão e três de prisão preventiva estão sendo cumpridos, além de sequestro de bens móveis e imóveis. A ação tem o objetivo de desbaratar a prática criminosa nas cidades de Boca da Mata, Mata Grande, Branquinha, Campo Grande, Joaquim Gomes, Maravilha, Olho D´Água Grande, Pariconha, Rio Largo, São Luiz do Quitunde, Estrela de Alagoas, São Miguel dos Campos, Pão de Açúcar e Dois Riachos. Há mandados cumpridos em Maceió e nenhum dos nomes dos presos foi revelado pela PF. Além da fraude em licitação, os alvos da operação – denominada de Sesmaria – também são suspeitos de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e constituição de organização criminosa, “cujas penas máximas somadas ultrapassam de 50 anos de prisão”, destaca a assessoria de comunicação da PF em Alagoas. “Os contratos analisados, até o momento, envolvem o valor aproximado de 80 milhões de reais, estimando-se que, pelo menos, 10 milhões tenham sido desviados dos cofres públicos”, completa. [caption id="attachment_262126" align="alignright" width="201"] Delegado Luciano Patury (Foto: Sandro Lima)[/caption] Segundo a PF, a fraude era executada por meio de empresa falsa de locação de veículos e as investigações tiveram início em 2016 por meio de denúncias. De acordo com o delegado Luciano Patury, responsável pela operação Sesmaria, em entrevista coletiva realizada na manhã desta segunda-feira na sede da PF, em Maceió, "somente em dois municípios investigados, os contratos somavam R$ 80 milhões e 25% desse montante foi superfaturado", relata. "Nos estranhou, inclusive, a quantidade de saques  em espécie da secretária de Finanças de um desses municípios. Daí quando fomos investigar mais a fundo, descobrimos que a mesma empresa tinha contratos em mais 13 cidades", completa. “Dentre as diversas condutas investigadas, que podem configurar os crimes mencionados, verifica-se a contratação direcionada de empresa para locação de veículos aos municípios sem possuir a necessária frota; emissão de notas fiscais relativas a abastecimentos não realizados; saques em espécie e na boca do caixa de contas das prefeituras, com posterior distribuição dos valores entre os membros da organização criminosa; aquisição de imóveis e veículos de luxo, sem declarar à Receita Federal, para ocultar a origem ilícita do dinheiro”, diz a PF em Alagoas. Entre os bens móveis e imóveis sequestrados pela operação Sesmaria estão veículos e imóveis de luxo e fazendas. De acordo com a PF, o sequestro dos bens visa “visando possibilitar o ressarcimento ao erário, que foi lesado em milhões de reais pela organização criminosa. As apreensões serão juntadas ao Inquérito Policial”. Entre os investigados há servidores, mas até o momento nenhum nome foi apresentado pelos policiais. “Alguns dos investigados foram afastados cautelarmente dos cargos públicos que ocupam por ordem judicial, bem como proibidos de se aproximarem das respectivas prefeituras e órgãos públicos”, diz a PF. A Operação Sesmaria conta com a participação de 175 policiais federais, além de nove auditores da CGU e nove da Receita Federal.