Política

Indicação de novos secretários deve mirar eleições

Para cientista político Ranulfo Paranhos, composição do segundo governo Renan Filho deve servir às disputas de 2020 e 2022

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 27/11/2018 08h25
Indicação de novos secretários deve mirar eleições
Reprodução - Foto: Assessoria
Sempre quando um governo inicia, mesmo nos casos de reeleição, é prática recorrente no país que os titulares das pastas – secretarias e ministérios – sejam trocados. Se não todos, ao menos uma parte. No caso de Alagoas, o governador Renan Filho (MDB) deverá mudar seu time de secretários, mas a data do anúncio da medida ainda não está definida, segundo sua assessoria. Ainda em outubro, após a eleição do dia 3, o emedebista concedeu entrevistas e apontou que faria mudanças nas secretarias, mas até agora o que há são apenas rumores dos bastidores da política alagoana: Esportes e Cultura seriam fundidas com Educação; e Infraestrutura com a de Transportes e Desenvolvimento Urbano. Nada oficializado pelo governador. Para o cientista política Ranulfo Paranhos, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), reformas no secretariado são normais dentro da estrutura política brasileira e, no caso de Renan Filho, devem buscar mais o fortalecimento de um campo político em torno de si do que propriamente a governabilidade. “Ele não tem problema com governabilidade e é normal que se tenha isso em início de gestão, mesmo quando se trata de reeleição, mas é importante começar a pensar num nome para a Prefeitura de Maceió em 2022. Se Renan Filho inflar politicamente com o prefeito, ele tem chances de maximizar sua candidatura ao Senado em 2022”, comenta. “Fazer aliança, manter aliança, é uma forma de eliminar o outro. Imagine que nesse grupo ele consiga atrair alguém que seria candidato do grupo de Rui Palmeira [PSDB], se fortalece muito”, completa Ranulfo Paranhos. Na avaliação do cientista político, o primeiro ano e meio do novo governo terá grande peso para Renan Filho indicar um nome competitivo para a disputa na capital. “Ele sai da eleição com capital político alto, mas ele percebeu que se negociar e manter acordos – agraciar aqui e ali – e conseguir fazer de novo um bom ano e meio de governo, pode lançar um candidato a prefeito de Maceió. Já temos eleição daqui a dois anos. A estratégia agora é fazer o que até agora não consegue, como ocorreu com o Cícero Almeida [PHS] há dois anos, mas não deu certo. E, atualmente, não tem nenhum nome sendo construído para a Prefeitura de Maceió”, diz Ranulfo Paranhos. Mesmo ainda sem ter nada oficializado, as informações que circulam nos bastidores é que as secretarias da Fazenda, Educação e Comunicação seguem com os atuais titulares. Também está cotado para assumir alguma pasta o deputado federal reeleito Marx Beltrão (PSD), que foi ministro do Turismo no governo Michel Temer (MDB). Fala-se na Saúde. Outro nome que pode vir à baila no secretariado do segundo governo Renan Filho é Vinícius Lages, também ex-ministro do Turismo, mas no governo Dilma Rousseff (PT).