Política

Com saída de cubanos, Jundiá e Belo Monte estão sem médicos

Municípios contavam com cobertura total

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 27/11/2018 08h36
Com saída de cubanos, Jundiá e Belo Monte estão sem médicos
Reprodução - Foto: Assessoria
Jundiá e Belo Monte, os únicos municípios dependentes 100% do Programa Mais Médicos, através da Estratégia Saúde da Família (ESF), estão sem atendimento médico desde a saída dos cubanos do projeto que teve início em 2013 na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Com objetivo de sanar essa carência, o governo federal abriu inscrições para médicos que desejem integrar o programa. O prazo para inscrições vai até o dia 14 de dezembro, até lá a população dessas duas cidades irão ficar desassistida na área da saúde. Além de Jundiá e Belo Monte, outros 18 municípios alagoanos contam com mais de 50% das suas equipes compostas por médicos cubanos, entre eles Água Branca, Belém, Cacimbinhas, Campestre, Pão de Açúcar e Piranhas. Terceiro menor município do estado, com cerca de 4.175 habitantes, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Jundiá tinha dois profissionais cubanos em seu quadro médico. À Tribuna Independente, o secretário de Saúde do município, Rodrigo Buarque, afirmou que a situação de Jundiá não é nada fácil, pois a população é assistida por apenas duas equipes da Saúde da Família, sendo uma localizada na zona urbana e a outra na zona rural. “Nós realmente estamos sem médicos e esperando que realmente se faça a adesão ao edital. O edital foi publicado e nós já temos inclusive o nome de uma médica, identificada com Thais. Ela nos ligou e disse está preparando a documentação para vim fazer a homologação no município. O prazo conforme edital é até 14 de dezembro. Ela é de Pernambuco, precisamente de Recife e disse que nos próximos oito dias está se apresentando”. A espera pela profissional, até meados de dezembro, fará com que o município fique descoberto de assistência médica. A gestão municipal torce para que até lá nada de complicado ocorra. Pacientes estão sendo transferidos para Batalha   Já Belo Monte, cidade do Sertão de Alagoas que tem 7.030 habitantes, segundo o último Censo do IBGE, contava com três médicos cubanos nos quadros  do Programa de Saúde da Família. Para o secretário municipal de Saúde, Rafael Soares, com a saída dos médicos cubanos a situação está caótica na Saúde do município. Segundo ele, os atendimentos médicos estão suspenso, até que se restabeleça com a vinda dos novos profissionais que irão assumir os cargos. “Nossas quatro ambulâncias não param, estamos encaminhando todos os nossos pacientes para a cidade vizinha que é Batalha, lá que irão ser atendido no hospital, onde procedimentos simples poderia ser resolvido na atenção básica, mas por falta do profissional está tendo que se deslocar. Nossos hipertensos, gestantes, idosos e diabéticos. Ou seja, nossos grupos prioritários estão sem acompanhamento nesse momento. Aos sábados que temos uma médica clínica que atende, ela faz a parte ambulatorial. O secretário informou também que os novos três profissionais já foram inscritos. “Estamos no aguardo, mas até agora os mesmos ainda não entraram em contato conosco”. A partir da segunda semana de dezembro não deverá haver mais nenhum médico cubano atuando no Programa Mais Médicos em Alagoas. A informação é do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). 23 profissionais de Cuba já deixaram o estado, e os outros 109 devem ir embora até o próximo dia 11. Segundo o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas, 68 municípios contam com 232 profissionais no programa Mais Médicos, sendo 132 cubanos que atuavam em Equipes de Saúde da Família (ESF) em 47 destes municípios.