Política

Equipe de transição de Bolsonaro foca questão fiscal e quer zerar déficit em 2019

Caberá à equipe de transição buscar caminhos que poderão levar ao prometido equilíbrio fiscal no curto prazo

Por Reuters 03/11/2018 19h17
Equipe de transição de Bolsonaro foca questão fiscal e quer zerar déficit em 2019
Reprodução - Foto: Assessoria
A equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro pretende mergulhar fundo nos dados e informações da economia, especialmente as questões fiscais, para montar um plano de zerar o déficit fiscal já em 2019, disse à Reuters uma fonte que acompanha de perto a transição. O objetivo da equipe econômica de Bolsonaro é entrar em 2020 com o problema fiscal superado e com a garantia de um superávit sustentável para os próximos anos, ainda de acordo com a fonte, que falou sob a condição de anonimato. No ano que vem está previsto mais um déficit fiscal de aproximadamente 140 bilhões de reais. Esse será o sexto ano seguido de resultado fiscal negativo. A equipe de transição de Bolsonaro começa a trabalhar na segunda-feira com os técnicos do atual governo de Michel Temer/ Até setembro, o déficit primário acumulado é de 59,3 bilhões de reais, o que abre a possibilidade de o déficit do ano ser menor que os cerca de 160 bilhões estimados pelo governo. “A grande preocupação da equipe de transição é com equilíbrio fiscal já para 2019” , disse a fonte. “O que se busca não uma solução para dizer que acabou, e sim que o equilíbrio seja permanente”, adicionou. Caberá à equipe de transição buscar os caminhos que poderão levar ao prometido equilíbrio fiscal no curto prazo. Um consenso no grupo de Bolsonaro é a necessidade de corte de despesas para se buscar o almejado equilíbrio das contas. A redução no número de ministérios vai nessa direção, segundo a fonte, embora somente a redução de pastas não passe nem perto de ser uma solução para o problema fiscal. O presidente eleito fala em reduzir para até 17 o total de pastas em seu governo. “São menos gastos, secretários, comissionados e despesas de custeio...o efeito é muito pequeno, mas ajuda, claro”, disse a fonte. Especialistas avaliam que uma reforma da Previdência seria essencial para o equilíbrio das contas públicas, e Bolsonaro disse em entrevista na quinta-feira que a reforma será apoiada por sua equipe, com o objetivo de aprovação ainda no governo Temer. Ele ressaltou, no entanto, que a meta não seria já chegar a uma reforma ideal, mas “aquela que pode ser aprovada pela Câmara”. Outra alternativa importante para a redução do déficit seria viabilizar o leilão do excedente da cessão onerosa, que poderia obter algo perto de 100 bilhões de reais ao governo em troca de contratos para exploração de petróleo no pré-sal. A realização do leilão, no entanto, ainda depende da aprovação de um projeto de lei pelo Congresso e de um acordo com a Petrobras. “Não tem uma proposta definida e ainda vai ser fechado como tentar o equilíbrio”, apontou a fonte.