Política

Carimbão declara voto em branco para presidente

Deputado diverge de defesa à ditadura de 1964 de Bolsonaro e por posição a temas comportamentais de Manuela D’Ávila

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 24/10/2018 07h55
Carimbão declara voto em branco para presidente
Reprodução - Foto: Assessoria
Nem Jair Bolsonaro (PSL) nem Fernando Haddad (PT), o voto para presidente da República do deputado federal Givaldo Carimbão (Avante) será em branco. O próprio parlamentar divulgou um texto com seu posicionamento na tarde de terça-feira (23) em resposta a reportagens que o apontavam como apoiador do candidato militar. O parlamentar se disse surpreso com as notícias, fruto da divulgação de fotos dele ao lado de Jair Bolsonaro. Segundo ele, o encontro – convite do deputado federal Hugo Leal (PSD/RJ) – foi para discutir temas como aborto, ideologia de gênero, casamento entre pessoas do mesmo sexo e política sobre drogas. “Conversamos em média uma hora e em nenhum momento eu disse que eu votaria nele para presidente”, afirma, apesar de ressaltar ter convergências de ideias com o militar sobre os temas da reunião. “Por outro lado, a história e a sua prática política não batem com a minha”, completa. A divergência com Jair Bolsonaro se dá em relação do apoio que o candidato à Presidência dá a ditadura civil-militar de 1964 e às propostas econômicas neoliberais defendidas por ele. “Ainda jovem, vivi ao regime militar de 64 onde a ditadura levou muitos inocentes à tortura. Convivi com muitos deles, com minha inesquecível amiga e companheira de lutas Selma Bandeira, torturada nos porões da ditadura. Minha vida política foi formada na convivência de Miguel Arraes, Leonel Brizola, o velho Teotonio Vilela, Ulisses Guimarães, entre outros, que deram suas vidas pela democracia”, relata e também destaca participação em campanhas com a Diretas Já. Já o motivo de não votar em Fernando Haddad é sua candidata a vice, Manuela D’Ávila (PCdoB). Segundo ele, por defender a legalização do aborto, eutanásia, casamento entre pessoas do mesmo sexo e ideologia de gênero. “E disse isto antes do primeiro turno em entrevista à Rádio Maragogi FM e Maribondo FM”, ressalta. “O Lula, o qual sou seu eleitor, apresentou como seu candidato. Haddad. Não votei nele no primeiro turno e não votarei no segundo, continuo fazendo política com as minhas convicções. No primeiro turno, votei na Marina”, completa o deputado federal Givaldo Carimbão.