Política

Mudanças no Governo do Estado só depois do segundo turno

Renan Filho aguarda resultados da disputa entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro para reorganizar o primeiro escalão

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 11/10/2018 08h09
Mudanças no Governo do Estado só depois do segundo turno
Reprodução - Foto: Assessoria
Passado o primeiro turno da eleição e tendo uma votação expressiva, consagrando a sua reeleição, o governador Renan Filho (MDB) retomou nesta quarta-feira (10) as suas atividades ao vistoriar as obras do viaduto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no Tabuleiro do Martins. Por lá, a entrevista não ficou apenas no campo da infraestrutura, avançando para o resultado das eleições e a disputa presidencial em segundo turno. Renan Filho comentou sobre a porcentagem de votos que recebeu no último domingo (7), e ao mesmo tempo em que destacou a votação expressiva que teve em alguns municípios, citando ainda a recondução do senador Renan Calheiros (MDB) a mais um mandato. “Acho que a votação expressa a aprovação que o governo teve ao longo do mandato inteiro nos dá mais responsabilidade para trabalhar mais porque foram 77,3 % dos votos válidos. Em algumas cidades importantes como Arapiraca, passamos de 84% dos votos. Em Penedo passamos dos 86%.  Chegamos a ter em algumas cidades mais de 97 %. Isso é uma coisa única para quem está na política e eu aproveito para agradecer as pessoas por isso. Agradecer também pelo senador Renan, reconduzido ao Senado e que vai nos ajudar muito em Brasília para que a gente siga trazendo os recursos necessários para que Alagoas possa avançar”, disse Renan. Renan falou também sobre a nova composição da Assembleia Legislativa, destacando a aliança dos partidos que estiveram em torno de sua candidatura e que o esforço coletivo entre os poderes vai fazer Alagoas avançar mais. “Acho que os nossos partidos e a nossa aliança elegeram a maior parte dos deputados. Tenho convicção de que seguiremos com a estabilidade política necessária para fazer Alagoas avançar”. MUDANÇAS NAS PASTAS Com o início do novo mandato, mudanças no secretariado são esperadas. De acordo com Renan Filho, haverá algumas alterações nos comandos do primeiro escalão. “Estamos estudando o modelo para o segundo governo, mas nós queremos fazer um governo enxuto, ágil, célere, que dá respostas aos problemas da população, com menos burocracia. Acredito que até o segundo turno nós vamos fazer essa avaliação interna de qual caminho seguir adiante e depois do segundo turno, aí sim com a política nacional decidida, a gente faz a formação do primeiro escalão do governo já à luz da nova realidade e um estado preparado para enfrentar qualquer desafio”, contextualizou o governador Renan Filho durante a vistoria. “Quintella está preparado para missão”   Apesar da vitória do senador Renan Calheiros, o outro candidato da chapa governista para o Senado, Maurício Quintella (PR) acabou sendo derrotado. Independentemente do resultado, Renan Filho confirmou que já conversou com Quintella, que até dezembro ainda exerce o cargo de deputado federal, e destacou a relação próxima que tem com ele. “Essa é uma das obras que estamos visitando hoje [quarta-feira] que teve a colaboração do Maurício enquanto ministro [Transportes, Portos e Aviação Civil]. Nós estamos juntos nessa caminhada e já falei com ele depois da eleição, antes e no dia. Vamos caminhar juntos para formar uma aliança capaz de realizar mais por Alagoas. Vou conversar com o Maurício Quintella em relação à composição do governo, mas certamente ele é um excelente quadro político, experiente e experimentado tanto que foi ministro dos Transportes do país. Ou seja, está preparado para assumir qualquer missão”. Quintella ficou em terceiro lugar na eleição para o Senado, perdendo o posto para Rodrigo Cunha (PSDB), o mais votado, e Renan Calheiros, na segunda colocação. Na reta final da campanha, Quintella conseguiu ultrapassar o candidato à reeleição e senador, Benedito de Lira (PP). Há quem acreditasse que Maurício Quintella, pelo cargo que exerceu no governo de Michel Temer (MDB), poderia ser reeleito com certa tranquilidade para mais um mandato na Câmara dos Deputados. No entanto, o parlamentar aceitou o desafio, compôs com o governo e saiu como um dos derrotados nesta eleição. Renan acredita que Haddad pode fazer um bom governo   Sobre o cenário de segundo turno entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), o governador reiterou o seu apoio a Haddad. Ele destacou ainda que a campanha deve ser intensificada em Maceió, onde o petista não teve um bom desempenho. “Nós estaremos engajados. Acho que o Fernando Haddad tem muita condição de fazer um bom governo. Ele é um quadro experiente, experimentado e acho que o segundo turno é o ambiente propício para que os candidatos possam falar, conversar com as pessoas e dizer o que vai fazer. [caption id="attachment_250974" align="alignleft" width="213"] Governador reeleito avalia que Haddad pode se beneficiar nos debates (Foto: Reprodução)[/caption] “Nós estaremos engajados. Acho que o Fernando Haddad tem muita condição de fazer um bom governo. Ele é um quadro experiente e acho que o segundo turno é o ambiente propício para que os candidatos possam falar, conversar com as pessoas, e dizer o que vai fazer. Nesse primeiro turno houve aquele fato muito triste que foi a facada no candidato Jair Bolsonaro, o que minimizou o debate. Espero que agora no segundo turno os candidatos com mais tempo, com mais clareza, com 10 minutos de televisão, para apresentar suas ideias e possam participar dos debates”, ressalta. "Nós vamos apoiar o Haddad porque acreditamos que para o desenvolvimento do Nordeste, para a proteção social, especialmente do mais pobre, para um Brasil diverso, amplo, para um Brasil que ouve a maioria, mas sabe que é importante garantir direitos da minoria também, a gente precisa ter alguém que tenha vivência com a politica e cabeça aberta", completa Renan Filho. O governador lembrou que foi orientado por sua equipe de marketing a não participar dos debates, já que as pesquisas mostravam que ele seria reeleito com mais de 70% das intenções de voto. “Todos aqueles que me cercavam na campanha, na orientação de marketing e de jornalismo, achavam que eu não deveria ir ao debate, diziam que as pessoas já estavam convictas de que votariam em mim e eu fiz o contrário, pois queria mostrar para os eleitores as minhas propostas, ouvir eventuais críticas e me posicionar. Isso foi importante porque deu segurança ao eleitor para votar”.