Política

“Planejamento garantiu tranquilidade”, diz presidente do TRE

Presidente do Tribunal Regional Eleitoral, José Carlos Malta Marques avalia o período eleitoral e garante segurança nas urnas

Por Carlos Amaral com Tribuna Independente 06/10/2018 08h31
“Planejamento garantiu tranquilidade”, diz presidente do TRE
Reprodução - Foto: Assessoria
As eleições deste ano apresentaram disputas bem acirradas entre os candidatos – ao menos para a Presidência da República e para o Senado, segundo as pesquisas –, mas do ponto de vista da lisura do processo o clima é de absoluta tranquilidade. Essa é a avaliação do desembargador e presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Alagoas, José Carlos Malta Marques. À Tribuna, ele destacou o período de campanha sem percalços e pontuou as fake news como o grande problema desta eleição. Segundo ele, essa tranquilidade é resultado do planejamento prévio que o Tribunal fez para o pleito de 2018.   Tribuna Independente – Qual balanço o senhor faz destas eleições, houve muitos problemas para o TRE? Malta Marques – Ainda estamos vivenciando a eleição, mas até aqui ela foi totalmente tranquila. Absolutamente tranquila. Não temos tido nenhum fato relevante que mereça qualquer tipo de destaque. Isso se deve, principalmente, ao planejamento operacional que foi executado pelo TRE, que se iniciou cerca de um ano atrás. E esse planejamento todo vem sendo executado e o resultado é que estamos chegando à eleição com a Justiça Eleitoral totalmente pronta para fazer a finalidade principal de todo esse trabalho, que é a arrecadação dos votos. Até aqui não tivemos nenhum problema e não temos tido notícia relativa à segurança do pleito. As informações que temos recebido dessa área, tanto da polícia estadual quanto da Polícia Federal, é da mais perfeita normalidade. Tribuna Independente – A preocupação com as fake news é uma discussão que já vem há algum tempo. Esse tema mereceu atenção especial do TRE nestas eleições? Malta Marques – Foi e mereceu atenção especial não só do TRE, mas de toda a Justiça Eleitoral brasileira. No Brasil todo e até, não estaria exagerando se disse que hoje é uma preocupação mundial. Você tem notícia de influência de fake news em diversas eleições pelo mundo. Aqui não é diferente. Estamos trabalhando com muita atenção, com muito cuidado. Estabelecemos um canal diário de notícias no TRE. Estamos, formalmente, desmentindo uma fake news que se espalhou, desde terça-feira [2], dando informações absolutamente desamparadas e unicamente com o intuito de fazer confusão. Tribuna Independente – Do voto parcial? Malta Marques – Do voto parcial. Nunca tinha ouvido falar nesse voto. Isso é uma coisa que não existe. O resultado daquilo é que poderia gerar um número muito grande de votos em branco ou de nulos, por confusão feita pelo eleitor. ‘Se você quer votar só no candidato a presidente, não vota porque se votar nos demais vai anular seu voto’. O coitado só quer votar no presidente e aí para não perder esse voto vai tentar votar nos outros e vai embolar tudo. Isso é uma coisa meio louca que foi espalhada, mas que não encontrou respaldo nenhum. Tribuna Independente – A urna eletrônica brasileira é destaque no mundo e muitos países tentam copiá-la. Entretanto, há algum tempo tem gente que tenta desacreditá-la, inclusive um candidato a presidente da República o fez recentemente. A urna eletrônica do Brasil é 100% segura? Malta Marques – Lhe respondo com a mais perfeita tranquilidade: são absolutamente seguras. Você fez referência a um candidato a presidente que teria colocado dúvidas em relação ao funcionamento das urnas. É o mesmo candidato que já foi eleito sucessivas vezes através da urna eletrônica e nunca reclamou. Então se pergunta se ele reconhece que pode ter havido fraude na eleição que ele ganhou. É uma coisa que a gente não tem como dar qualquer tipo de respaldo a esse tipo de informação. A urna eletrônica brasileira – é preciso que se esclareça isso – está testada por todos os meios e tecnologias possível e ninguém, até hoje, conseguiu mostrar qualquer tipo de falha que provoque mudança no resultado eleitoral. Claro que as insatisfações são grandes, mas por aqueles não bem-sucedidos nas eleições. Precisam culpar alguém. Há quem diga que digitou um número a foto que apareceu foi o de outra pessoa. Não existe lógica que justifique essa afirmativa, mas cansei de ver esse tipo de discurso. Tribuna Independente – Talvez esse tipo de coisa tenha sido a primeira fake news sobre a urna eletrônica... Malta Marques – Pois é. Então, isso não existe. Recentemente houve um congresso, nos Estados Unidos, acho, de testes de urnas eletrônicas. Contrataram grandes hackers [pirata de informática, em tradução livre] para tentar entrar nos programas das urnas apresentadas, num determinado tempo. Eles não precisaram de mais de duas horas para conseguir, mas não tinha a urna brasileira. A imprensa divulgou, mas nas manchetes não deixou isso claro. Muitos países imitam nosso processo, mas em estágios inferiores ao nosso. A urna brasileira continua inexpugnável. Quanto a isso se pode ficar tranquilo. Tribuna Independente – Mesmo com o sistema de votação sendo seguro, aparelhos eletrônicos podem quebrar. Quantas urnas eletrônicas precisam dar defeito para se votar manualmente? Malta Marques – Nunca tivemos necessidade, e em nossa última reunião tratamos disso, de substituir mais de uma urna. Por quê? Por que você pegas essas urnas e elas são todas revisadas, testadas antes de ir aos locais de votação e lá – no sábado – ela é testada novamente.