Política

Justiça mantém PCO barrado nas eleições

Melquezedeque Farias disse que seu partido ainda sofre as consequências do golpe

Por Andrezza Tavares com Tribuna Independente 27/09/2018 09h55
Justiça mantém PCO barrado nas eleições
Reprodução - Foto: Assessoria
As candidaturas do Partido da Causa Operária (PCO) espalhadas por todo o país foram indeferidas pela Justiça Eleitoral. Ao menos nove, dos 14 candidatos ao governo, tiveram as suas candidaturas barradas, sendo a maioria delas, por problemas relacionados a não prestação de contas de eleições anteriores. Tal situação impediu a formalização dos diretórios estaduais, a exemplo do que ocorreu em Alagoas. O candidato Melquezedeque Farias (PCO), que também teve sua candidatura indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL), atribui os impedimentos a um movimento nacional do Judiciário que, segundo ele, persegue a quem foi contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). “Nós do PCO, entendemos que os indeferimentos são consequências do golpe, porque, nesse momento, no país, existem muitos candidatos comprovadamente ficha suja e também com problemas burocráticos e estão liberados para concorrer à eleição”, declarou Melquezedeque acrescentando que a Lei da Ficha Limpa está sendo usada politicamente para eliminar candidaturas de pessoas ligadas a partidos considerados de extrema esquerda como o PCO. “Nós fomos um dos partidos que mais bateu no governo [Michel] Temer e em defesa da candidatura de Lula e sua liberdade. Por isso, a gente acumulou essa represália no país todo”, ressaltou. Para Melquezedeque Farias, a aplicação desse conjunto de normas não está sendo extensiva a todas as candidaturas e vem sendo utilizada como instrumento de perseguição política contra aqueles setores “indesejáveis”, principalmente, aos que têm menos capacidade de defesa. O candidato fez críticas a alguns veículos da imprensa que publicou que sua candidatura havia sido indeferida por ele ser um ficha suja. “Uma coisa é nós não podermos participar do pleito por causa de documentos, outra coisa é ser impedido de participar da eleição por ser um criminoso que cometeu atos de corrupção. Colocar todos no mesmo balaio é muito injusto”, enfatizou Farias. “Sou professor, tenho 45 anos, já fiz de tudo um pouco e não sou ficha suja”. Além de Alagoas, o PCO teve candidaturas indeferidas nos estados de Pernambuco, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás e Distrito Federal. Agenda Partido pretendia disputar para criticar o golpe O candidato do PCO ao Governo de Alagoas, Melquezedeque Farias, contou à reportagem da Tribuna Independente que ficou chateado e decepcionado com a decisão do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) que indeferiu sua candidatura. Segundo ele, o Partido da Causa Operária não entrou na eleição para ganhar, mas para fazer uma defesa do ex-presidente Lula e também para apresentar a sigla à sociedade alagoana. “Todo partido que entra numa eleição para disputar, mas nós temos que ter uma visão clara, o PCO está chegando agora em Alagoas e nós estamos construindo um plano para o desenvolvimento do Estado. Em nossa visão, nós não tínhamos chances de vencer as eleições, nesse contexto, o que era fundamental pra gente era aproveitar o espaço para apresentar a nossa leitura sobre a realidade, colocado em evidência o golpe em andamento, e apresentar um pouco o programa do partido para a sociedade alagoana”, declarou o candidato, afirmando que ficou abatido e com o ânimo arrasado. Sobre o tempo de TV de 10 segundos destinado a sua propaganda eleitoral, Melquezedeque disse que foi um desrespeito a ele e a própria sociedade, pois não tinha condições de apresentar propostas num tempo tão curto. Questionado sobre o motivo pelo qual o PCO não se aliou ao PT, já que ambos defendem as mesmas causas, Melquezedeque informou que em Alagoas essa aliança ficou inviável e que jamais se aliaria a setores que ele considera como “golpistas”.