Política

Geraldo Alckmin decide mudar estratégia e fará ataques ao PT

Ataques a Bolsonaro também serão retomados, disse

Por Reuters 18/09/2018 22h59
Geraldo Alckmin decide mudar estratégia e fará ataques ao PT
Reprodução - Foto: Assessoria
O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, decidiu mudar sua estratégia de comunicação e vai fazer ataques mais fortes sobre o risco de uma vitória na corrida ao Palácio do Planalto do presidenciável do PT, Fernando Haddad, para o país, segundo um dos presentes ao encontro organizado pelo tucano em São Paulo com dirigentes de partidos da coligação. O presidente do PPS, Roberto Freire, disse à Reuters que a campanha de Alckmin vai ter uma preocupação de demonstrar não apenas os riscos para o Brasil da eleição do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, mas também do eventual retorno do PT ao governo federal. Ataques a Bolsonaro também serão retomados, disse. Freire disse que o tucano procurou passar segurança em relação ao momento atual da campanha e afirmou que vai incorporar essas mudanças sugeridas na campanha, com o intuito de demonstrar que é ruim para o país uma vitória petista. Já na noite desta terça, o programa eleitoral de Alckmin centrou baterias no PT e em Bolsonaro. Logo no início uma apresentadora afirmou que entre as escolhas do eleitorado está “aquela turma de vermelho” da ex-presidente Dilma Rousseff, que levou o Brasil a sua maior crise, e a turma do “preconceito” e da intolerância e de um deputado “inexperiente” e “despreparado”, numa referência a Bolsonaro. A apresentadora diz, então, que essas duas turmas podem levar o Brasil a somente um lugar “o fundo do poço”. Na véspera, em entrevista coletiva, o presidenciável tucano chegou a dizer que a ida de Bolsonaro ao segundo turno é o passaporte para a volta do PT ao poder. Alckmin também procurou apresentar semelhanças entre os dois adversários. Mais cedo, alidados de Alckmin disseram à Reuters que eram necessárias mudanças rápidas na comunicação do tucano com o eleitor a fim de tentar uma reação disputa ao Planalto. [nL2N1W40V3] O tucano tem aparecido nas sondagens de primeiro turno longe de Bolsonaro e perdendo terreno em relação a Haddad, mesmo dispondo do maior arco de alianças partidárias, o que lhe garante maciça presença no horário eleitoral e nas inserções veiculadas no rádio e na TV. TEM TEMPO Segundo o presidente do PPS, a avaliação geral dos presentes ao encontro é que a campanha de Alckmin foi prejudicada pelo atentado à faca contra Bolsonaro ocorrido no último dia 6. No início da campanha na TV, disse Freire, o candidato do PSL começou a ter uma perda de apoio, mas após ser esfaqueado conseguiu paralisar essa perda inicial e posteriormente ainda ganhar pontos nas pesquisas de intenção de voto —atualmente ele lidera com folga as sondagens para o primeiro turno. O presidente do PPS disse que o atentado a Bolsonaro fez com que todas as campanhas passassem por uma paralisia de suas estratégias e houve ainda o que chamou de “pantomina” do PT na substituição da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, barrado pela Lei da Ficha Limpa, por Fernando Haddad. Apesar do cenário desfavorável, Freire afirmou que a avaliação do encontro é que ainda há tempo para Alckmin chegar ao segundo turno. “Tudo isso tem que ser relativizado, ainda faltam dias decisivos. O eleitorado ainda não definiu ou consolidou os votos”, disse. Assim como Alckmin em entrevista coletiva na véspera, Freire citou o fato de que, a essa altura da campanha de 2014, Marina aparecia em pesquisas em segundo lugar, mas ficou fora do segundo turno, sendo ultrapassada pelo tucano Aécio Neves, que concorreu contra a petista Dilma Rousseff. “Não se pode dizer que em 18 de setembro de 2018 a eleição esteja decidida”, disse o dirigente do PPS, ao ressalvar também que ninguém está querendo dizer que o quadro atual não se pode consolidar.