Política

José Dirceu lança livro em Maceió e comenta sobre atual momento político do país

'Essa eleição se decidirá entre Haddad, Bolsonaro e Ciro', afirmou Dirceu

Por Autor: Rívison Batista 17/09/2018 21h59
José Dirceu lança livro em Maceió e comenta sobre atual momento político do país
Reprodução - Foto: Assessoria
O ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, está em Maceió para lançamento e divulgação de seu livro “José Dirceu Memórias”. Na noite desta segunda-feira (17), Dirceu foi ao Sindicato dos Bancários e Financiários de Alagoas, no Centro da capital, para, além de falar sobre o livro, discorrer sobre o atual momento político brasileiro. Ao lado de Dirceu, estavam o deputado federal Paulão (PT) e o secretário de Comunicação do Estado de Alagoas, Ênio Lins. Para um auditório lotado, José Dirceu afirmou que o povo é a razão “da sua resistência”. “O [ex-presidente] Lula teria quase 70% de voto aqui no Nordeste. Espero que Haddad tenha perto disso aqui também. O país está numa encruzilhada. Poucas vezes, o Brasil teve um desgoverno como esse. Ainda por cima, ilegítimo. O golpe começou com a venda do pré-sal”, declarou. Dirceu falou que o pré-sal era “o que poderia constituir um fundo soberano ao país. “Tínhamos, no pré-sal, a base para tudo, e entregaram o pré-sal”, disse. O ex-ministro-chefe da Casa Civil ainda afirmou ao público presente no sindicato que o Governo Temer só está aumentando os impostos sobre o consumidor, entrando no assunto da desigualdade econômica. “Eles [governo Temer] falam que o problema está no déficit público. Não é. Eles querem cortar tudo por igual para todo mundo, do trabalhador a pessoas com mais dinheiro. Existe, hoje, um egoísmo na política como eu nunca vi”, afirmou Dirceu. Relembrando o governo Lula, José Dirceu disse que a população brasileira recorda os benefícios que teve durante os oito anos do petista na presidência. “O povo sabe muito bem que, nos anos de Lula, os filhos dele tiveram dignidade. O Lula ia ganhar essa eleição de passeio, no primeiro turno. Ele fez governos de muitos diálogos. Eu escuto as pessoas dizerem: Eu podia viajar no governo do Lula, agora não posso. Meu filho ia entrar na universidade, agora não vai mais”, declarou.

José Dirceu falou sobre o momento político brasileiro no Sindicato dos Bancários e Financiários de Alagoas (Foto: Rívison Batista)

José Dirceu ainda citou políticos de outros partidos e disse que, para o senador Aécio Neves, por exemplo, funcionam os benefícios das leis. “Quando a investigação chegou nos tucanos, começou a valer a lei que não valeu para o PT. O Aécio, por exemplo, teve o inquérito arquivado recentemente”, afirmou. ‘Haddad, Bolsonaro ou Ciro’ Comentando sobre os presidenciáveis deste ano, Dirceu disse que “Alckmin não vai sair dos 5% nunca”. “Sabe por quê? Porque o Alckmin é o governo do Temer, é ‘centrão’. A Marina decretou o fim dela quando tomou uma postura liberal. Essa eleição se decidirá entre Haddad, Bolsonaro e Ciro”, falou. “35 anos da minha vida eu dei ao PT, e não me arrependo. Nós conseguimos transformar a classe trabalhadora em protagonista no país, coisa que a direita nunca permitiu”, finalizou Dirceu, sob aplausos e gritos de “Lula livre” do público. Livro Com 486 páginas, o livro traz as principais passagens da vida do ex-ministro, preso no escândalo do Mensalão. A biografia 'José Dirceu Memórias' tem 35 capítulos e anexos no final. Dirceu afirma que começou a trabalhar no livro em 2005, quando deixou o governo e passou a responder por uma ação penal. O ex-ministro recebeu um indulto e foi solto em maio de 2017 após um habeas corpus. O livro é dedicado aos filhos do autor, Maria Antônia, Zeca, Joana e Camila; às mães, Simone, Clara, Ângela e Márcia, in memoriam; e à atual mulher, Maria Rita.