Política

Marina Silva diz que votar em 'indicado' pode levar Brasil a 'poço sem fundo'

Em entrevista a emissora de rádio de Minas, candidata criticou substituição do ex-presidente Lula por Fernando Haddad como candidato do PT à Presidência da República

Por G1 12/09/2018 19h59
Marina Silva diz que votar em 'indicado' pode levar Brasil a 'poço sem fundo'
Reprodução - Foto: Assessoria
A candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira (12) em entrevista à rádio Super, de Minas Gerais, que o novo presidenciável do PT, Fernando Haddad, é "muito semelhante" à ex-presidente Dilma Rousseff. Segundo ela, votar em "indicado" pode levar o Brasil novamente a um "poço sem fundo". Ex-ministra do governo Luiz Inácio Lula da Silva, Marina Silva se referia ao fato de Haddad - assim como Dilma em 2010 e 2014 - ter sido apadrinhado por Lula na eleição presidencial. Haddad assumiu oficialmente nesta terça (11) a cabeça de chapa do PT na disputa pela Presidência, depois que Lula teve a candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa. "[Haddad] é muito semelhante [a Dilma]. [...] As coisas ruins foram aprofundadas no governo Dilma-Temer. As coisas boas foram sendo desaceleradas, e a população brasileira não pode deixar de pedir uma prestação de contas do que levou o Brasil para o fundo do poço", disse Marina à rádio. "Se continuar fazendo o voto em cima apenas de quem é indicado, podemos ir para um poço sem fundo", complementou. Na pesquisa Ibope divulgada nesta terça, Marina Silva caiu três pontos, passando de 10% para 7%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais. O Datafolha também detectou na segunda-feira (10) a queda da presidenciável da Rede. No levantamento do Datafolha, Marina caiu ainda mais do que no Ibope, passando de 16% para 11%. A margem de erro da pesquisa do Datafolha é de dois pontos percentuais (com a margem de erro, ela tem de 9% a 13%). 'Operação Lava Voto' Marina Silva também repetiu na entrevista à rádio mineira um dos motes de sua campanha deste ano, que é chamar os eleitores para realizarem uma "Operação Lava Voto", em uma referência à Lava Jato. Para a candidata da Rede, quem quer reduzir a corrupção no país não pode continuar votando nos partidos que governaram o Brasil nas últimas décadas. "Se as pessoas, de fato, querem combater a corrupção, faça a Operação Lava Voto. PT, PSDB, PMDB fizeram coisas boas no passado, mas se perderam no projeto do poder pelo poder", enfatizou. "É incrível como agora estão entregando um país pior do que encontraram", acrescentou Marina. Visita ao Mercado Central de Belo Horizonte Depois da entrevista, Marina visitou o Mercado Central de Belo Horizonte, tradicional ponto da capital mineira. Ela fez uma caminhada, cumprimentou comerciantes e frequentadores do local e disse que, se eleita, vai investir em ações para pequenos e médios empreendedores. "Aqui é uma cidade simbólica, onde o empreendedorismo comunitário, a agricultura familiar tem um papel importante e o nosso compromisso é agregar cada vez mais valor aos produtos para que os nossos produtores, os nossos comerciantes, possam ofertar, cada vez mais, produtos de qualidade em preço acessível à população", afirmou a candidata.