Política

Podemos quer impugnar um de seus candidatos a deputado

Omar Coêlho, presidente do partido, diz que Moacyr Andrade Filho precisava da autorização de todas as legendas que compõem a coligação para se candidatar

Por Andrezza Tavares com Tribuna Independente 06/09/2018 08h24
Podemos quer impugnar um de seus candidatos a deputado
Reprodução - Foto: Assessoria
Pedidos de impugnação de candidatura são comuns em períodos eleitorais, mas no caso do candidato a deputado estadual Moacyr Andrade Filho, o que chama a atenção é que a solicitação partiu da presidência do seu próprio partido, o Podemos. O presidente Omar Coêlho protocolou junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), um pedido de exclusão do nome de Moacyr Andrade Filho da lista de candidaturas dos filiados da coligação “Avança Alagoas”, composta pelos partidos: PMN, PDT, Avante e pelo Podemos. Para Omar Coêlho, o candidato agiu de uma forma totalmente antiética, e por isso, pediu a impugnação de sua candidatura. “Agora é a Justiça Eleitoral quem vai decidir”, disse. O presidente do Podemos contou que Moacyr Andrade Filho não participou das convenções partidárias e para ter seu nome aprovado como candidato da coligação, todos os presidentes dos quatros partidos teriam que assinar um documento concordando com a indicação do seu nome. No entanto, Moacyr Andrade não conseguiu o aval do deputado federal Givaldo Carimbão, presidente do Avante. “Se todos concordassem, não haveria problema, mas isso não aconteceu. O Avante não aceitou”, ressaltou Omar Coêlho, informando que ficou acordado, entre os partidos da coligação “Avança Alagoas”, que qualquer ingresso de novo candidato após as convenções precisaria de uma autorização por escrito de todos os partidos da coligação. Omar contou que foi procurado por Moacyr Andrade Filho com um documento de autorização de sua candidatura, já com as assinaturas dos representantes oficiais do PMN (Francisco Tenório) e do PDT (Ricardo Lessa). Omar assinou o documento e o candidato ficou de colher a assinatura do Carimbão. “Depois de eu ter assinado o documento, ele [Moacyr Andrade Filho] sacou uma petição que dizia que os partidos em comum acordo indicavam o seu nome contra a vontade do Carimbão. Eu não assinei e os demais presidentes também quiseram assinar. Eu pedi para ele ir tentar resolver o problema com o Carimbão porque tínhamos esse acordo”, esclareceu Omar Coêlho informando que Moacyr Andrade Filho registrou sua candidatura sem seu conhecimento. “As pessoas só pensam no que é mais vantajoso e não o que é mais correto e mais ético. Antes de ter ou não deputado, temos que dar exemplo”, concluiu. Moacyr diz estar supreso com decisão   Procurado pela Tribuna Independente para falar sobre o pedido de impugnação da sua candidatura, Moacyr Andrade Filho (Podemos), disse que recebeu a notícia com surpresa, principalmente, pelo pedido de impugnação ter partido do presidente do seu partido, Omar Coêlho. [caption id="attachment_171029" align="alignleft" width="206"] Moacyr Andrade Filho ressalta que já poderia estar em campanha (Foto: Acervo pessoal)[/caption] “Como é que o presidente do meu partido, que assinou a minha ficha de inscrição para o registro, pode agora me impugnar? Eu tenho o documento original assinado pelo Omar [Coêlho], com firma reconhecida. Como é que ele agora muda de opinião, quando eu estou com a minha campanha na rua?”, questiona o candidato. Moacyr Andrade Filho relatou que sua campanha era para ter sido lançada há 15 dias, porém devido a esses entraves internos, o seu registro de candidatura só foi possível ser protocolado na quinta-feira passada (30). Segundo ele, além do atraso estão querendo desestabilizar sua candidatura. “Estou entrando numa disputa política e em pleno voo, eu recebo um tiro que tenta me abater. Ou seja, um tiro pelas costas de uma pessoa que, na minha visão, deveria estar do meu lado”, declarou o candidato do Podemos, informando que o partido indicou apenas quatro candidatos: três homens e uma mulher. Moacyr disse que Omar Coêlho falta com a verdade e que foi ele quem te entregou o documento necessário para o registro. “Foi o Omar Coêlho quem solicitou o meu registro de candidatura, e esse documento foi entregue a mim, pelas próprias mãos dele. Para ele pedir a minha impugnação, precisaria fundamentar com base sólida a sua opinião, e não simplesmente decidir que agora não me quer mais candidato. Porque meu registro de candidatura foi assinado pela maioria dos partidos da coligação”, enfatizou.