Política

Batalha é a cidade que mais preocupa nas eleições 2018

SSP e Tribunal Regional Eleitoral já estão planejando ações para evitar que crimes ocorram no período de campanha

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 16/06/2018 08h27
Batalha é a cidade que mais preocupa nas eleições 2018
Reprodução - Foto: Assessoria

Crimes ligados à atuação política em Alagoas acontecem comumente nos períodos que antecedem os pleitos eleitorais, sejam municipais ou eleições gerais. Os casos mais recentes aconteceram no município de Batalha, onde dois vereadores foram assassinados num intervalo de praticamente um mês. Neguinho Boiadeiro foi morto em novembro e Tony Pretinho em dezembro.

Após essas mortes, Batalha foi tomada pelas forças policiais que se encontram no município até hoje. Com a proximidade das campanhas políticas para deputado estadual, federal, senador e presidente, a segurança nos municípios ganha mais atenção neste período.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), comandada atualmente pelo coronel Lima Júnior e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), presidido pelo desembargador José Carlos Malta Marques, já se reuniu para tratar do tema, suas preocupações e planejamento para evitar a expansão da criminalidade neste período eleitoral.

À reportagem da Tribuna Independente, Lima Júnior informa que as forças de segurança do estado darão atenção diferenciada neste pleito eleitoral ao município de Batalha, no sertão alagoano.

“Por causa do clima que o município ainda se encontra, e não apenas em decorrência da eleição, a segurança terá um incremento maior em Batalha. A qualquer momento pode ter sérios problemas ali. No entanto, não é apenas em Batalha. Pode ser que daqui para a eleição quem tiver de ser preso, já esteja preso e a coisa acalme e surja um problema em outro lugar. O planejamento de segurança pública não é uma tabuada. Os números mudam do dia para noite, basta um fato para se criar um problema num município”, justifica o secretário.

Momentaneamente, segundo o titular da Secretaria de Estado da Segurança Pública, não há a necessidade de solicitar tropas federais para os municípios, tendo em vista que a pré-campanha ainda está em vigência.

“Estamos trabalhando no planejamento das eleições, junto ao TRE, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. É um planejamento muito forte, como foi na eleição passada. Foi isso que fez a gente ter um ótimo resultado no final. Os locais que comumente apresentam problemas, teremos um reforço policial nas regiões”.

Em 2014 não houve a necessidade de reforço na segurança  

No intuito de ter mais segurança no período de campanha eleitoral, bem como no dia da votação, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) já pediu à Secretaria de Estado da Segurança Pública uma atenção maior para algumas regiões. Foi justamente isso que foi repassado pelo presidente da Corte Eleitoral, José Carlos Malta Marques.

“Quanto ao reforço em certas localidades, desde a primeira reunião com a Segurança Pública, o presidente do TRE, desembargador José Carlos Malta Marques pediu toda a atenção para alguns municípios. O secretário Lima Júnior garantiu que estudos e investigações já estavam sendo preparados para determinar em quais localidades esse reforço seria realizado”, informou a assessoria de comunicação à reportagem da Tribuna Independente.

A Justiça Eleitoral conta, historicamente, com as Forças Armadas para apoio logístico no transporte de pessoas e de material, bem como no auxílio para “manutenção da ordem pública durante as eleições”.

A tropa somente desempenhará missões para assegurar a votação e a apuração de votos no processo eleitoral, obedecendo rigorosamente à legislação vigente, às instruções da autoridade judiciária eleitoral competente e às orientações do escalão superior.

Segundo a assessoria de comunicação do TRE, os pedidos de tropas federais são feitos pelos juízes eleitorais e, posteriormente, analisados pelo relator e pelo Pleno do Tribunal. A assessoria informou ainda que até o momento o órgão não recebeu nenhum pedido neste sentido.

2010 e 2014

A reportagem da Tribuna Independente levantou que no ano de 2010, as eleições em Alagoas contaram com as forças federais em nove municípios, tendo destaque para o município de Roteiro, devido ao assassinato do prefeito e seus assessores durante o pleito municipal ocorrido em 2006.

Já no período eleitoral de 2014, quando foram eleitos deputados estaduais, federais, um senador da República e a então presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff, o estado não contou com o auxílio das tropas federais.

Ainda de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral, conforme a campanha eleitoral segue, os magistrados atuam para informar a necessidade de reforço na segurança.